Pandemia acentuou "profundamente" as desigualdades em Marrocos
A pandemia da covid-19 provocou um aumento da pobreza em Marrocos, em particular nos meios urbanos, e acentuou "profundamente as desigualdades", segundo um estudo do Alto Comissariado do Plano (HCP), o instituto marroquino responsável pelas estatísticas.
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Mundo Covid-19
A incidência da pobreza aumentou de 1,7% para 11,7% à escala nacional, enquanto a taxa de vulnerabilidade duplicou de 7,3% para 16,7%, antes e durante o confinamento imposto à população na primavera de 2020, sublinha este estudo publicado na quarta-feira.
A pobreza, multiplicada por sete na média nacional, atingiu particularmente os meios urbanos, que registam uma taxa multiplicada por 14 (passando de 0,5% a 7,1%), segundo o HCP.
Os marroquinos já tinham registado uma nítida desaceleração na melhoria do nível de vida entre 2013 e 2019, em comparação com o período 2006-2013, revela o relatório.
As desigualdades sociais "deterioram-se" durante o confinamento, ultrapassando o "limite socialmente tolerável", segundo o HCP, cujo estudo abrange o período 2019-2020.
No entanto, as ajudas públicas desbloqueadas entre maio e julho de 2020 para cerca de cinco milhões de agregados familiares vulneráveis permitiram "reduzir" as desigualdades motivadas pela crise sanitária, segundo o estudo.
Antes da pandemia, diversos relatórios nacionais e internacionais tinham alertado sobre as disparidades sociais do país.
No final de 2019, o rei Mohammed VI encarregou uma comissão especial de repensar o modelo de desenvolvimento e de reduzir as desigualdades sociais e o relatório é aguardado para os próximos dias.
A economia marroquina, fortemente afetada pela crise sanitária, registou uma contração de 6,3% em 2020, segundo o banco central.
A taxa de desemprego disparou para 11,9% em 2020, contra 9,2% no ano precedente, devido à crise sanitária e a uma longa seca.
Marrocos (37,1 milhões de habitantes), em situação de emergência sanitária desde há um ano, regista oficialmente 493.353 casos de contaminação, incluindo 8.788 mortes, segundo o último balanço emitido hoje.
Permanece em vigor o recolher obrigatório, associado a diversas medidas restritivas.
A campanha nacional de vacinação iniciada no final de janeiro já permitiu imunizar 2,8 milhões de pessoas, mas segundo os 'media' locais continuam a registar-se consideráveis atrasos na entrega das encomendas.
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