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Rússia tem "aumentado padrão de comportamentos agressivos"

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, defendeu hoje que a Rússia tem "aumentado o seu padrão de comportamento agressivo", tendo os Aliados mostrado um "nível de unidade muito elevado" numa "resposta firme e consistente" para lhe fazer face.

Rússia tem "aumentado padrão de comportamentos agressivos"
Notícias ao Minuto

12:57 - 24/03/21 por Lusa

Mundo Stoltenberg

"Apesar de anos de pressão e de esforços para desenvolvermos um diálogo significativo, a Rússia aumentou o seu padrão de comportamento repressivo no seu país e de comportamento agressivo no estrangeiro", afirmou Jens Stoltenberg.

O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês) falava após o segundo dia da reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da Aliança, onde os responsáveis abordaram a maneira de lidar com a Rússia.

No que se refere à repressão interna, Jens Stoltenberg disse que se continua a testemunhar uma "opressão violenta da contestação política" na Rússia, tendo apelado à "libertação imediata" do opositor russo, Alexei Navalny, assim como de "todos os manifestantes pacíficos que foram detidos".

Já relativamente ao estrangeiro, Jens Stoltenberg sublinhou que o Kremlin "destabiliza os seus vizinhos" - como a Ucrânia, a Geórgia ou a Moldávia -, "apoia a repressão na Bielorrússia" e "tenta interferir nos Balcãs Ocidentais".

"A Rússia continua com o seu amplo desenvolvimento militar, desde os Bálticos ao Mar Negro, no Médio Oriente e Norte de África, do Mediterrâneo ao Ártico. Os Aliados denunciaram a desinformação e a propaganda da Rússia, os seus esforços para influenciar eleições, os ciberataques e o seu uso de armas químicas contra opositores políticos tanto no seu país, como no nosso território", destacou.

Perante este comportamento, o secretário-geral disse que a resposta da Aliança é "firme e consistente", tendo as ações da Rússia motivado o "maior reforço" da defesa coletiva da NATO no espaço de "uma geração", nomeadamente através do aumento da "ciberdefesa" e da preparação contra-ataques híbridos.

No entanto, Jens Stoltenberg frisou também que a Aliança irá manter a sua abordagem de "duas vias" no que se refere à Rússia -- que alia uma política "forte" de "dissuasão e defesa" com uma "abertura para o diálogo" --, de maneira a permitir a discussão de temas como o controlo de armas.

"Os Aliados mantêm-se firmemente empenhados no controlo de armas e todos os Aliados saúdam a recente decisão de prolongar o tratado New START, que deve ser o início de um esforço para fortalecer ainda mais o controlo internacional de armas nucleares. Vemos que a Rússia continua a mobilizar armas nucleares novas e desestabilizadoras, precisamos de um acordo que cubra mais armas e mais nações, como a China", destacou.

Interrogado sobre se o gasoduto Nord Stream 2-- que está atualmente em fase de finalização e que trará gás russo para a Alemanha, tendo sido qualificado pelos Estados Unidos como uma "má ideia" -- não está a dividir os Aliados no que se refere à estratégia face à Rússia, Stoltenberg reconheceu que "há diferenças" mas há também um "grande nível de acordo e de unidade".

"O que vi hoje foi que houve um grande nível de acordo e de unidade [sobre a maneira] de lidar com a Rússia e de avaliar e responder às suas ações agressivas. (...) No que se refere ao Nord Stream 2, há diferenças, (...) mas acho que, quando vemos que há diferenças entre os Aliados em questões como o Nord Stream 2, a NATO é uma boa plataforma para juntá-los e para nos sentarmos e discutirmos", apontou.

Numa reunião que contou também com a participação dos ministros dos Negócios Estrangeiros da Suécia e da Finlândia (que não são membros da Aliança), assim como do Alto Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Josep Borrell, o chefe da diplomacia europeia também disse, à entrada, que a UE e a NATO devem procurar "conter a Rússia", por estar a "afastar-se dos valores europeus".

"Precisamos de conter a Rússia, empurrar para trás a Rússia quando ela infringe o direito internacional, e é muito importante fazê-lo no âmbito da nossa parceria com a NATO", defendeu Borrell.

Apesar disso, o Alto Representante destacou também que os "canais de comunicação" se devem manter abertos para a discussão de assuntos, como as alterações climáticas ou o acordo nuclear com o Irão, em que ambas as partes tenham "interesses comuns".

Os chefes de diplomacia dos países da NATO reuniram-se hoje presencialmente em Bruxelas para discutirem as relações com a Rússia, após terem-se dedicado, na terça-feira, ao processo de reflexão NATO 2030, ao flanco sul da Aliança e à retirada de tropas do Afeganistão.

O debate sobre a Rússia surge numa altura em que os líderes dos 27 Estados-membros da UE -- que se irão reunir por videoconferência na quinta e sexta-feira -- tinham também previsto um "debate estratégico" sobre Moscovo, que foi adiado devido ao formato virtual da cimeira.

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