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Eritreia reage a sanções da UE considerando-as "maliciosas"

As autoridades eritreias consideraram hoje as sanções da União Europeia (UE) que visam o Gabinete de Segurança Nacional, agência de segurança do país, como "maliciosas" e acusaram a UE de ter "motivações superiores".

Eritreia reage a sanções da UE considerando-as "maliciosas"
Notícias ao Minuto

20:53 - 22/03/21 por Lusa

Mundo Eritreia

A Eritreia foi uma das três nações africanas sujeitas às sanções da UE anunciadas hoje, por alegadas violações dos direitos humanos, incluindo assassínios e desaparecimentos forçados de pessoas. Os outros dois países são a Líbia e o Sudão do Sul.

As sanções da Eritreia visam o Gabinete de Segurança Nacional, incluindo o seu líder, o major-general Abraha Kassa. No seu jornal oficial, a UE afirmou: "O Gabinete de Segurança Nacional é responsável por graves violações dos direitos humanos na Eritreia, em particular detenções arbitrárias, execuções extrajudiciais, desaparecimentos forçados de pessoas e torturas, cometidas pelos seus agentes".

O novo sistema de sanções da UE é semelhante ao U.S. Magnitsky Act, legislação da era Obama, que autorizava o Governo a sancionar aqueles que eram considerados como infratores dos direitos humanos, a congelar os seus bens e a proibi-los de entrar nos Estados Unidos da América (EUA).

A Eritreia, um dos países mais secretos do mundo, em resposta chamou às sanções uma ofensiva.

"A UE não tem prerrogativa legal ou moral para a sua decisão e limitou-se a invocar acusações falsas para assediar a Eritreia por outros motivos superiores", disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) do país em comunicado.

Na nota, o MNE da Eritreia também acusou a UE, sem dar provas, de "agir de forma fraudulenta e trabalhar para salvar e trazer de volta ao poder" a Frente de Libertação do Povo Tigray, um partido na Etiópia que outrora dominou o Governo naquele país e cujos soldados estão a lutar contra as tropas governamentais na região etíope do Tigray.

"A UE visou particularmente a Eritreia numa tentativa fútil de criar uma ponte entre a Eritreia e a Etiópia", afirmou o ministério em comunicado.

Soldados da Eritreia estão alegadamente a ajudar as forças governamentais etíopes na guerra em Tigray, que começou em novembro, quando o primeiro-ministro etíope Abiy Ahmed enviou tropas para a região, após um ataque a instalações militares federais.

A luta persiste nas zonas rurais da região, mesmo quando as autoridades etíopes insistem que a situação de Tigray está a voltar à normalidade.

Os EUA instaram as tropas eritreias a "sair" de Tigray, onde os abusos incluem massacres, violações, e desaparecimentos forçados.

O secretário de Estado norte-americano Antony Blinken caracterizou algumas das atrocidades em Tigray ocidental idênticas às de "limpeza étnica". A Etiópia disse que a alegação era infundada.

Leia Também: Tropas eritreias mataram mais de 200 civis em Tigray na Etiópia

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