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PM da Etiópia emite "aviso final" aos líderes fugitivos de Tigray

O primeiro-ministro da Etiópia emitiu hoje um "aviso final" aos líderes fugitivos da região de Tigray, palco de um conflito, dizendo que deveriam render-se pacificamente para evitar "castigos severos" e impedir a "miséria do seu povo".

PM da Etiópia emite "aviso final" aos líderes fugitivos de Tigray
Notícias ao Minuto

17:32 - 19/03/21 por Lusa

Mundo Tigray

Abiy Ahmed exortou as incalculáveis centenas de milhares de pessoas de etnia Tigray, que fugiram das suas comunidades durante os últimos quatro meses de luta, a regressarem às suas casas no prazo de uma semana e a retomarem "vidas normais".

O aviso de Abiy refere que alguns civis pegaram em armas, talvez sob ameaça de força, mas disse que "não são os principais culpados".

O novo aviso surgiu numa altura em que há relatos de uma maior presença de forças etíopes a caminho do local que a população do Tigray utilizaram para fugir da região - a passagem da fronteira para a remota cidade de Hamdayet, no Sudão.

As forças etíopes e aliadas durante meses têm alegadamente bloqueado a passagem de pessoas, embora mais de 60.000 tenham conseguido entrar no Sudão.

A nova declaração de Abiy não diz exatamente o que acontecerá se os líderes políticos e militares fugitivos de Tigray não se entregarem. Aconselha-os a "fazerem a sua parte, aprendendo com a devastação e os danos até agora causados" e a evitar mais derramamento de sangue.

Ninguém sabe quantos milhares de civis ou combatentes foram mortos durante estes meses de tensões políticas entre o governo de Abiy e os líderes de Tigray, que em tempos dominaram o governo da Etiópia.

A região permanece largamente isolada do mundo, com poucos jornalistas autorizados a entrar, e só agora estão a ser tomadas medidas para permitir que o gabinete das Nações Unidas para os direitos humanos em Tigray ajude a investigar as alegações de atrocidades.

Entretanto, testemunhas em Hamdayet e noutros locais relataram à agência Associated Press (AP) assassinatos e pilhagens generalizadas por soldados da vizinha Eritreia, um inimigo de longa data de Tigray que é acusado de se aliar à Etiópia no conflito, mas o Governo de Adis Abeba negou a sua presença.

Testemunhas também descreveram terem sido despojadas de bens e forçadas a abandonar as suas casas por forças da vizinha região de Amhara, outro aliado do Governo etíope na guerra.

Para os refugiados em Hamdayet, há pouca esperança de regressarem a casa ou mesmo de terem uma para onde regressar, independentemente do que o primeiro-ministro esteja agora a pedir.

O Governo da Etiópia tem sido alvo de acusações de limpeza étnica, inclusive por parte da administração dos Estados Unidos, mas nega-as.

Contudo, testemunhas e trabalhadores humanitários descreveram cenas em que as autoridades federais etíopes quase não estão presentes ou estão de braços cruzados, observando, uma vez que são naturais do Tigray os visados.

Leia Também: EUA dão mais 52 milhões de dólares em ajuda humanitária a Tigray

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