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Brasil: Polícia de elite para conter distúrbios na fronteira com o Peru

O Brasil autorizou hoje o uso da Força Nacional na fronteira com o Peru, onde há registos de conflitos com imigrantes, na maioria haitianos, que tentam furar um bloqueio sanitário que restringe a circulação devido à covid-19.

Brasil: Polícia de elite para conter distúrbios na fronteira com o Peru
Notícias ao Minuto

13:53 - 18/02/21 por Lusa

Mundo Brasil

Segundo a portaria publicada hoje pelo Ministério da Justiça e da Segurança Pública no Diário Oficial da União (DOU), a Força Nacional, uma polícia de elite cujas ações são coordenada pela tutela, foi autorizada a atuar "em apoio ao governo do estado do Acre, auxiliando as agências de segurança pública estaduais nas atividades de bloqueio excecional e temporário de entrada no país de estrangeiros".

Esta autorização foi dada "em caráter episódico e planeado, por 60 dias, a contar de 18 de fevereiro de 2021 e até 18 de abril de 2021".

Na terça-feira, o governo do estado brasileiro do Acre decretou emergência devido à questão migratória em Assis Brasil, cidade onde centenas de imigrantes tentam atravessar a fronteira com o Peru, embora a passagem esteja bloqueada para evitar a propagação da covid-19.

Além do problema com os migrantes, o Acre também enfrenta um surto de dengue, cheias nos rios e falta de camas em hospitais para tratamento de pacientes infetados pelo novo coronavírus.

Após uma forte chuva que destruiu parte das tendas em que os imigrantes estavam acampados na Ponte de Integração, na cidade de Assis Brasil, houve uma tentativa deles de cruzar à força a fronteira para entrar na região de selva de Madre de Dios, em território peruano, mas o grupo de migrantes foi impedido pelas autoridades peruanas.

Os incidentes resultaram em confronto, houve disparos de gás lacrimogéneo e empurrões. A polícia peruana devolveu os imigrantes ao território do Brasil, grupo composto principalmente por haitianos, mas também cidadãos de países africanos como Serra Leoa, Senegal e Costa do Marfim.

Apesar da Ponte da Integração estar fechada para o trânsito de pessoas e veículos durante quase toda a pandemia, a circulação de camiões com alimentos, mercadorias essenciais e artigos de primeira necessidade foi mantida.

Porém, desde o último fim de semana, quando ganhou força o boato de que o Peru permitiria a entrada destes imigrantes, informação posteriormente negada pelas autoridades peruanas, as autoridades decidiram bloquear a passagem de camiões, tanto na direção de Iñapari (Peru), quanto de Assis Brasil.

Organizações sociais e religiosas de ambos os países têm defendido que os migrantes cruzem o Peru e continuem a sua rota para o México, Estados Unidos, Canadá ou para o seu próprio país nas Caraíbas.

Na segunda-feira, o governador do Acre, Gladson Cameli, contactou o Ministério das Relações Exteriores brasileiro para fazer "um pedido de caráter humanitário, por via diplomática" que autorize a entrada dos migrantes em território peruano, mas a tutela ainda não fez nenhuma declaração oficial nesse sentido.

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