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Redução de casos na Índia poderá estar relacionada com imunidade

A Índia tem vindo a reduzir a progressão da pandemia de covid-19 nos últimos meses, uma tendência que alguns virologistas atribuem ao reforço da imunidade no país, apontada por estudos de seroprevalência.

Redução de casos na Índia poderá estar relacionada com imunidade
Notícias ao Minuto

08:22 - 05/02/21 por Lusa

Mundo Covid-19

"Penso que há suficientes pessoas na Índia que foram expostas ao vírus, e é talvez essa a razão pela qual o número [de contágios] diminuiu", disse o virologiste Shahid Jameel à agência de notícias France-Presse (AFP).

O diretor regional da Organização Mundial de Saúde (OMS), Poonam Khetrapal Singh, ouvido pela AFP, apelou no entanto à prudência.

"A Índia é um país vasto e diversificado, é difícil atribuir a queda de casos à imunidade coletiva", disse. "Não devemos baixar a guarda", acrescentou.

Segundo país com maior número de casos de covid-19 no mundo, depois dos Estados Unidos, a Índia atingiu o valor mais alto de infeções em meados de setembro de 2020, com 97.894 contágios num só dia, mas nos últimos meses reduziu drasticamente a propagação da doença e a mortalidade.

Na terça-feira, o país contabilizou 94 mortes por covid-19, o total diário mais baixo desde maio, e 8.635 casos, o valor mais baixo desde junho.

Em Nova Deli, a cidade mais afetada pela pandemia, 90% das camas reservadas aos doentes com covid-19 estão atualmente livres, em contraste com as enormes filas de espera em junho do ano passado.

"Neste momento, estamos a tratar apenas 40 a 50 doentes", disse o médico Deven Juneja, funcionário num grande hospital na capital indiana, à AFP.

Um estudo de seroprevalência divulgado esta semana pelas autoridades indianas indica que um em cada dois habitantes da capital, Nova Deli, terá estado exposto à doença e desenvolvido anticorpos para lutar contra a infeção.

Realizado entre 15 e 23 de janeiro, com base em amostras de 28.000 pessoas, o inquérito serológico concluiu que 56,13% dos residentes em Nova Deli terão desenvolvido anticorpos, um resultado que sugere que o total de infeções a nível nacional poderá ser muito superior aos números oficiais (cerca de 10,8 milhões).

Só na capital indiana vivem 20 milhões de pessoas, tendo as autoridades sanitárias contabilizado apenas pouco mais de 600.000 casos confirmados.

Segundo a OMS, para atingir a imunidade coletiva e romper a cadeia de transmissão do vírus é necessário que 60% a 70% da população tenha anticorpos para prevenir um surto.

Outro estudo nacional realizado entre dezembro e janeiro indica que 21,5% da população indiana, cerca de 280 milhões de pessoas, desenvolveram anticorpos contra o vírus, longe ainda assim da meta apontada pela OMS.

Alguns virologistas admitem que a redução drástica de casos no país poderá estar relacionada com o aumento da imunidade coletiva, com uma proporção significativa da população imunizada contra a doença.

A Índia começou uma gigantesca campanha de vacinação em 16 de janeiro, tendo até agora vacinado quase cinco milhões de pessoas (4.959.445), segundo o Ministério da Saúde indiano.

Cerca de 300 milhões de pessoas deverão ser inoculadas até julho, na primeira fase da campanha de vacinação, num país com 1,3 mil milhões de habitantes.

Desde o início da pandemia, a Índia contabilizou mais de 10,8 milhões de casos do novo coronavírus (10.802.591), mantendo-se como o segundo país com mais infeções, atrás dos Estados Unidos. Nas últimas 24 horas, o país registou 12.408 casos.

Com um total de 154.823 mortes (120 nas últimas 24 horas), a Índia é o quarto país do mundo com mais óbitos, a seguir aos Estados Unidos, Brasil e México, de acordo com a contagem independente da Universidade norte-americana Johns Hopkins.

O país tem atualmente 151.460 casos ativos da doença, contando além disso com uma das taxas de recuperação mais altas do mundo, a rondar os 97%.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.269.346 mortos resultantes de mais de 104,3 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

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