Uma dúzia de polícias acusados de massacre de 19 pessoas no México
Uma dúzia de polícias estaduais mexicanos foram hoje interrogados depois de suspeitas de estarem ligados à morte de 19 pessoas, incluindo migrantes guatemaltecos, cujos corpos foram encontrados perto da fronteira com os Estados Unidos no final de janeiro.
© Reuters
Mundo México
Segundo a Associated Press, o procurador-geral do estado de Tamaulipas, Irving Barrios Mojica, anunciou esta terça-feira a detenção dos 12 polícias, que enfrentam acusações de homicídio, abuso de poder e falsas declarações.
As mortes destas 19 pessoas reavivaram a memória do massacre de 72 migrantes em 2010, perto da cidade de San Fernando, também localizada no estado de Tamaulipas. Porém, os homicídios de 2010 foram atribuídos a um cartel de droga, enquanto desta vez as suspeitas apontam para o envolvimento de polícias.
Segundo Barrios Mojica terão participado "pelo menos 12 polícias" nos "atos ocorridos em 22 de janeiro". O procurador não apontou eventuais motivos para o alegado envolvimento dos polícias, embora, segundo a Associated Press, sejam frequentes os casos de corrupção entre a polícia local e estadual, paga pelos cartéis.
Os 19 corpos foram encontrados carbonizados empilhados numa carrinha 'pickup', em Camargo, numa margem do Rio Grande, junto ao Texas, uma zona que há anos é marcada por sangrentas disputas de terras entre os resquícios do cartel do Golfo e do antigo cartel Zetas.
Um segundo veículo carbonizado foi encontrado no local, com as autoridades a indicarem que foi aprendido por funcionários dos serviços de imigração numa operação que resultou na detenção de 66 migrantes a caminho dos Estados Unidos.
Dos 19 corpos encontrados e já examinados por especialistas, 16 eram de homens, um foi confirmado como sendo uma mulher, enquanto dois aguardam confirmação, dado o elevado grau de queimaduras que ostentavam.
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