Uma dúzia de agentes da polícia mexicana foram detidos por suspeita de terem sido os autores dos homicídios de 19 pessoas, incluindo imigrantes da Guatemala. Os corpos foram encontrados baleados e queimados perto da fronteira com os Estados Unidos, no estado mexicano de Tamaulipas, no fim do mês de janeiro.
O procurador-geral do estado de Tamaulipas, Irving Barrios Mojica, deu conta, segundo o Guardian, informou que os 12 polícias estão sob custódia e estão acusados de homicídio, abuso de autoridade e de prestar falsos testemunhos. Barrios Mojica não esclareceu quais terão sido as motivações para que os membros das autoridades cometessem os crimes, embora agentes da polícia local e estadual corruptos fossem por várias vezes encontrados nas listas de pagamento dos cartéis de droga. Os cartéis mexicanos cobram aos contrabandistas por atravessarem o seu território e raptam ou matam os migrantes que pertençam ao grupo dos contrabandistas que não pagarem ou que tenham pago a gangues rivais.
Os corpos foram encontrados empilhados numa carrinha vermelha de caixa aberta carbonizada, em Camargo, numa área conhecida por disputas territoriais entre cartéis e cravejado de balas, mas não havia cartuchos em lado nenhum, o que levou a que as autoridades desconfiassem que as mortes tivessem ocorrido noutro local. Mas segundo o procurador, os polícias estaduais acusados no caso sabiam que os invólucros das balas poderiam denunciá-los e tê-los-ão apanhado.
Para já, foram identificados quatro dos corpos - dois guatemaltecos e dois mexicanos. Os nomes não foram divulgados pelas autoridades, mas um familiar de um dos mexicanos mortos revelou que este trabalhava como traficante de seres-humanos. Dos 19 corpos examinados por especialistas, 16 eram do sexo masculino, um do sexo feminino e os outros dois estavam tão gravemente queimados que ainda não foi possível determinar o género.
Leia Também: Covid-19. México com recorde de mortes em janeiro