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Dante: 700 anos após condenação à morte, descendentes querem ilibação

Os descendentes de Dante Alighieri, autor do grande clássico da literatura italiana "Divina Comédia", vão pedir em tribunal a sua ilibação de uma condenação à morte há 700 anos, que consideram politicamente motivada.

Dante: 700 anos após condenação à morte, descendentes querem ilibação
Notícias ao Minuto

21:09 - 01/02/21 por Lusa

Mundo Itália

"As penas de exílio e morte a que foi condenado o meu querido antepassado, são injustas e nunca foram anuladas, como aconteceu com Galileu Galilei", condenado por heresia e perdoado já no século XX, disse ao jornal Corriere Della Sera o astrofísico Sperello di Serego Alighieri, descendente de Dante.

"Portanto, se a lei permitir, pediremos uma revisão", adiantou Aligheri, astrofísico de profissão, que está a trabalhar no processo com o professor de Direito Alessandro Traversi.

Aligheri defende que o julgamento a que Dante foi sujeito em 1302 foi político, numa altura em que a cidade de Florença era alternadamente controlada por dois grupos, os brancos e os negros, pertencentes à fação dos Guelfos, que apoiava o Papa de Roma e das cidades-Estado italianas na disputa com o imperador germânico.

O julgamento, refere, teve lugar depois de o grupo dos negros tomar o poder, em 1301, e devido ao facto de Dante ser um destacadomembro do grupo dos brancos.

Num primeiro julgamento, Dante foi condenado ao pagamento deuma multa de 5.000 florins e exílio de dois anos e, num segundo,em março de 1302,não compareceu e foi condenado à morte.

Segundo Traversi, "será interessante perceber se à luz dos estatutos florentinos da época e das normas legais atuais, os dois julgamentos podem ser sujeitos a revisão".

De acordo com o Corriere Della Sera, a lei prevê que uma sentença possa ser revista em caso de apresentação de provas da inocência do condenado, não estando determinado qualquer prazo temporal para o pedido de revisão.

Para maio está prevista a realização de uma conferência sobre o tema, em que participarão historiadores, linguistas e advogados, incluindo Antoine de Gabrielli, descendente do juiz que condenou o célebre escritor, Cante de Gabrielli da Gubbio.

Segundo Traversi, o objetivo é chegar a uma conclusão sobre se houve justiça na condenação de Dante, ou se esta foi "o fruto envenenado de políticas que recorriam à Justiça para atacar adversários".

A mais célebre obra de Dante, e um dos livros mais lidos de todos os tempos, é a "Divina Comédia", que narra as desventuras do poeta através do Inferno e do Purgatório, até ao Paraíso.

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