Charles Michel, que falava em nome dos 27 países que compõe a União Europeia (UE) no final de uma videoconferência sobre a coordenação europeia face à pandemia de covid-19, salientou que os direitos de Navalvy "devem ser total e incondicionalmente respeitados" pelas autoridades russas.
"Esperamos que a Rússia promova urgentemente uma investigação independente e transparente sobre o ataque que [Navalvy] sofreu", referiu, citado pela agência EFE.
Principal figura da oposição ao Kremlin (Presidência russa), Navalny foi interpelado pela polícia à chegada ao aeroporto Cheremetievo de Moscovo, quando ia a passar pelo controlo de passaportes.
O líder da oposição regressou à Rússia depois de quase cinco meses de tratamento médico na Alemanha, após ter sido envenenado com uma substância tóxica de uso militar, ato que, segundo o ativista, foi ordenado pelo Presidente russo, Vladimir Putin.
O presidente do Conselho Europeu pediu ainda que Moscovo "coopere totalmente com a organização, para a proibição de armas químicas, de forma a garantir uma investigação internacional imparcial".
Esta declaração de Michel surgiu poucas horas depois do plenário do Parlamento Europeu ter instado os estados membros da UE a tomarem uma posição ativa sobre a prisão de Navalni ou de todos os outros, quer sejam jornalistas, membros da sua equipa ou cidadãos que manifestem o seu apoio.
A resolução -- aprovada com 581 votos a favor, 50 contra e 44 abstenções -- pede um "reforço significativo das medidas restritivas contra a Rússia", que vise os "oligarcas russos ligados ao regime, membros do círculo íntimo do Presidente Putin e propagandistas dos 'media' que possuam bens na UE" e que possam viajar para o espaço europeu.
Os eurodeputados defendem ainda que, além das sanções aos responsáveis pelo envenenamento do opositor russo, Alexei Navalny, a União Europeia (UE) deve adotar medidas contra "os indivíduos e as entidades legais" ligados à sua detenção.
A resolução hoje adotada surge após um debate sobre o mesmo assunto na terça-feira no PE, que contou com a participação do Alto Representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell.
Na altura, os eurodeputados defenderam que os 27 Estados-membros não podem hesitar em utilizar o seu novo regime global de sanções em matéria de direitos humanos.
A assembleia exigiu ainda às autoridades russas a libertação imediata do ativista anticorrupção e político da oposição russa, afirmando que a sua detenção e o modo como decorreu são contrárias à lei internacional e à Constituição Russa.
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