Burkina Faso. Padre desaparecido encontrado morto em zona de jihadistas
Um padre, desaparecido desde terça-feira no Burkina Faso, foi encontrado sem vida numa floresta no sudoeste daquele país, onde grupos jihadistas e de outros insurgentes estão presentes, revelaram hoje fontes locais e de segurança.
© Lassana Bary/Twitter
Mundo Burkina Faso
"O corpo do padre, sem vida, foi encontrado hoje na floresta de Toumousseni", na região de Cascades, revelou uma fonte das forças de segurança.
A morte de Rodrigue Sanon, padre da paróquia de Notre Dame de Soubaganyedougou, foi confirmado à agência AFP por um oficial local.
As circunstâncias do seu desaparecimento e morte continuam por determinar.
Esta é a primeira vez que um padre é encontrado morto nesta região do sudoeste de Burkina Faso, na fronteira com o Mali e a Costa do Marfim, onde a presença de grupos jihadistas é abundante.
Rodrigue Sanon começou uma viagem na manhã de terça-feira em Soubaganyedougou, com destino a Banfora, capital daquela região.
No entanto, "ele nunca chegou ao seu destino", tinha revelado na quarta-feira Lucas Kalfa Sanou, bispo de Banfora, em comunicado, após o carro do padre ter sido encontrado, sem sinais do ocupante,numa estrada.
As operações de busca foram iniciadas pelas forças de segurança assim que a notícia de seu desaparecimento foi anunciada.
Segundo uma fonte de segurança de Ouagadougou, contactada pela AFP, "tudo sugere que se trata de um rapto por grupos terroristas armados", sendo esta a terminologia utilizada pelas autoridades do Sahel para definir os grupos jihadistas.
O Burkina Faso tem sido palco crescente de ataques jihadistas, desde 2015, especialmente no norte e no leste do país.
Estes grupos jihadistas, que são filiados da Al-Qaeda ou do Estado Islâmico (EI), são abundantes naquele país e na sub-região.
Na fronteira com o Mali e a Costa do Marfim, inicialmente menos afetada pelos ataques, tem-se tornado gradualmente numa zona com fortepresença destes grupos jihadistas.
Os ataques jihadistas, que também têm como alvo igrejas e religiosos, deixaram quase 1.100 mortos e mais de um milhão de desalojados desde 2015, no país pobre do Sahel, na África Ocidental.
Em agosto, o imã de Djibo e presidente da comunidade muçulmana daquela cidade importante do norte do país, Souaibou Cissé, foi encontrado morto três dias depois do seu sequestro.
Um ano antes, em março de 2019, o padre da mesma cidade também tinha sido sequestrado.
Em 15 de fevereiro de 2018, o padre César Fernandez, missionário espanhol, foi morto no centro de Burkina Faso.
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