Nilton da Silva, um dos coordenadores da equipa de resposta à covid-19 do Ministério da Saúde, explicou que o novo caso é um homem de 30 anos, um diplomata indonésio, assintomático, que entrou em Timor-Leste em 07 de janeiro, vindo de Timor Ocidental.

O homem, que viajou de Jacarta, estava em quarentena num hotel em Díli, tendo o teste que confirmou a infeção sido realizado esta semana.

Entretanto, o Governo divulgou detalhes do programa de testes em massa que vai levar a cabo a partir de segunda-feira e com que espera abranger 3.500 pessoas em Díli e nas zonas fronteiriças.

O calendário divulgado pelo Ministério da Saúde prevê que se realizem 250 testes por dia, começando por funcionários do Ministério da Saúde e posteriormente nas proximidades dos vários centros de saúde da capital.

Seguem-se testes a efetivos das Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL) e da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL) e, posteriormente nas quatro universidades em Díli.

A partir do dia 30 os testes vão ser realizados no maior centro comercial de Díli, o Timor Plaza, e em vários dos principais mercados da capital.

A partir de 07 de fevereiro as equipas deslocam-se para os municípios de Covalima e Bobonaro e para o enclave de Oecusse-Ambeno.

Entretanto, o Governo autorizou a abertura temporária da fronteira terrestre com Timor Ocidental em Motaain, para permitir a entrada de 118 cidadãos timorenses que estavam retidos no lado indonésio da ilha.

Os timorenses vão ser transportados para Díli, onde vão cumprir quarentena.

Também à capital timorense chegou hoje um avião fretado pela Embaixada da China que transportou um número não divulgado de pessoas para Timor-Leste.

Parte desse grupo foi colocado em quarentena num hotel na zona de Fatuhada, uma das zonas comerciais da cidade, numa operação que segundo testemunhas ouvidas pela Lusa decorreu sem segurança.

As testemunhas explicaram que os cidadãos chegaram ao hotel, localizado ao lado de um supermercado, num autocarro, não tendo havido qualquer medida para afastar transeuntes que estavam na zona.

Recorde-se que o Governo timorense aprovou hoje propor ao Presidente da República a renovação do estado de emergência devido à covid-19, com um novo período de 30 dias a vigorar até ao início de março.

Em comunicado, o Governo explica que a necessidade do décimo período de estado de emergência desde o início da pandemia se deve "à evolução preocupante da situação epidemiológica e a proliferação de casos registados de contágio de covid-19, tanto a nível regional, como a nível mundial".

O Governo defende ainda que é necessário "evitar e neutralizar os riscos de propagação do SARS-CoV-2, para assim proteger a saúde pública e a capacidade de resposta do Sistema Nacional de Saúde".

Timor-Leste está atualmente no nono período de 30 dias de estado de emergência, que vigora até ao início de fevereiro, com restrições nos direitos de circulação internacional, de circulação e de fixação de residência.

A entrada no país continua condicionada e quem chega é obrigado a cumprir um período de 14 dias de quarentena.

O pedido do Governo seguirá agora a sua tramitação normal, com o Presidente da República a ouvir o Conselho de Estado e o Conselho Superior de Defesa e Segurança, antes de pedir autorização ao Parlamento Nacional.

Caso o parlamento dê autorização, o Presidente da República, Francisco Guterres Lú-Olo, decreta o período de exceção e o Governo determina que medidas concretas se aplica através de decreto.

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