Jacob Zuma recusa depor sobre corrupção no seu mandato
O ex-chefe de Estado sul-africano Jacob Zuma recusou comparecer na segunda-feira perante a comissão que investiga a alegada corrupção generalizada no seu mandato, apesar de uma intimação, anunciou hoje o juiz Raymond Zondo.
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"A comissão de inquérito foi informada pelos advogados do ex-presidente que ele não comparecerá perante a comissão na próxima semana", disse Raymond Zondo, num anúncio transmitido pela televisão sul-africana.
O juiz sul-africano referiu que "Zuma afirma que o pedido de revisão que apresentou deve ser finalizado primeiro, e que há a questão no Tribunal Constitucional que não foi finalizada".
"Então ele não vai estar aqui na próxima semana", explicou Raymond Zondo.
A comissão de investigação sul-africana interrompeu hoje a audiência ao ex-administrador da estatal elétrica Eskom, Brian Molefe, depois de um funcionário ter testado positivo à covid-19.
"Lamento informar não poder continuar, mas é uma daquelas coisas sobre as quais não temos controlo", salientou o juiz Zondo que lidera a investigação sobre a alegada corrupção generalizada durante a presidência de Jacob Zuma.
Zondo disse que irá agora isolar-se e considerar a possibilidade de realizar 'audiências virtuais' enquanto estiver em quarentena.
O juiz sul-africano anunciou que a comissão de investigação irá retomar os seus trabalhos em 25 de janeiro.
O ex-chefe de Estado sul-africano testemunhou apenas uma vez perante a comissão de inquérito, em julho de 2019, tendo-se retirado das audiências, argumentando que estava a ser tratado como um "acusado" e não como testemunha.
Jacob Zuma, que governou a África do Sul entre 2009 e 2018, enfrenta múltiplos escândalos de corrupção, tendo sido obrigado a renunciar ao cargo pelo Congresso Nacional Africano, partido no poder desde 1994, e substituído pelo seu vice-presidente, Cyril Ramaphosa, que prometeu erradicar a corrupção no país.
A chamada comissão de captura do Estado foi criada para ouvir depoimentos de ministros, ex-ministros, funcionários do Governo e gestores sobre a alegada corrupção durante o mandato de Jacob Zuma.
Até agora, pelo menos 30 testemunhas implicaram direta e indiretamente o ex-chefe de Estado sul-africano.
Recentemente, a comissão intimou Zuma a depor de 18 a 22 de janeiro e novamente de 15 a 19 de fevereiro.
A comissão de inquérito sul-africana deverá solicitar uma prorrogação até junho porque algumas das audiências não puderam ocorrer devido à pandemia de covid-19, que já infetou mais de 1,2 milhões de pessoas desde março na África do Sul.
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