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Mali: ONU expressa "otimismo cauteloso" e preocupação contínua

O Conselho de Segurança das Nações Unidas expressou hoje satisfação e "otimismo cauteloso" pelos progressos de estabilização no Mali, mas mantém uma grande preocupação perante a violência intercomunitária e dificuldades agravadas pela pandemia de covid-19.

Mali: ONU expressa "otimismo cauteloso" e preocupação contínua
Notícias ao Minuto

17:06 - 13/01/21 por Lusa

Mundo ONU

Naquela que foi provavelmente a última participação no Conselho de Segurança do atual representante especial do secretário-geral da ONU no Mali, Mahamat Saleh Annadif sublinhou "dinâmicas positivas" em várias frentes, principalmente com a estabilização e operacionalidade do novo Governo de transição, após o golpe de Estado de agosto passado.

Annadif, que lidera a Missão das Nações Unidas de Estabilização do Mali (Minusma) desde dezembro de 2015, termina o seu mandato em março.

"Como representante especial para o Mali e chefe da Minusma há cinco anos, além da impaciência que veem em mim e alguma frustração, tenho a dizer que atrevo-me a esperar que esta janela de oportunidade não seja perdida", declarou Mahamat Saleh Annadif, acrescentando que pode haver um "otimismo cauteloso" pela estabilização do país.

Segundo o representante especial e o Conselho de Segurança da ONU, o sucesso da transição depende de que sejam realizadas reformas políticas, institucionais, eleitorais e administrativas no país.

O representante especial sublinhou que "o ano de 2021 merece ser visto com otimismo, especialmente para malianos", porque "há razão para satisfação, sendo que todas as partes transicionais estão estabelecidas e operacionais" e o Acordo de Paz e Reconciliação "continua os seus bons ofícios".

Apesar de tudo, o ambiente de segurança "continua a ser fonte grande preocupação e imprevisibilidade no Mali e na região, com ataques recorrentes em três áreas fronteiriças", disse Mahamat Saleh Annadif.

O responsável disse que a Minusma está "a adaptar-se" e que planos de adaptação da missão já preveem surtos de violência intercomunitária, especialmente no centro do país onde se procedeu a uma "multiplicação de bases temporárias e intensificação do patrulhamento dedicado a proteger civis".

O Conselho de Segurança da ONU declarou estar "extremamente alarmado" por ataques coordenados à presença internacional e ameaças a civis por terroristas, como também por uma "situação humanitária terrível" no Mali.

O representante permanente da França declarou que "2020 foi a década mais sangrenta no centro do país, onde a crise se enraizou profundamente" e pediu continuação dos esforços na área da segurança, com recomeço da governação e serviços públicos à população.

O Conselho espera resultados e melhorias até que o mandato da Minusma seja renovado em junho, disse também o representante permanente da França junto das Nações Unidas.

O México chamou a atenção para o desrespeito de direitos de crianças e o Reino Unido pediu uma "investigação rápida, completa e transparente" pelo Governo de transição a alegações de abusos e violação de direitos humanos, "incluindo violência baseada em género e recrutamento de crianças por grupos armados".

A Rússia sublinhou a sua preocupação pela situação no triângulo Liptako-Gourma (região que inclui Mali, Burkina Faso e Níger), onde "combatentes lutam pelas margens das esferas de influência e para controlo de canais de contrabando e drogas e armas".

Moscovo pediu também "resposta imediata de agências humanitárias às dificuldades agravadas pela pandemia de covid-19, como o encerramento de escolas e grande pressão em infraestruturas ou instalações de saúde".

A pandemia de covid-19 está em ressurgimento nos últimos três meses, avisou o representante especial, Mahamat Saleh Annadif.

A instabilidade que afeta o Mali começou com o golpe de Estado em 2012, quando vários grupos rebeldes e organizações fundamentalistas tomaram o poder do norte do país durante 10 meses.

Independente desde 1960, o Mali viveu, em 18 de agosto, o quarto golpe militar na sua história, depois dos episódios ocorridos em 1968, 1991 e em 2012, na sequência do qual foi destituído da Presidência Ibrahim Boubacar Keita.

Portugal tem desde 01 de julho uma Força Nacional Destacada no Mali, no âmbito da Minusma, que inclui 63 militares da Força Aérea Portuguesa e um avião de transporte C-295.

O objetivo da missão portuguesa é assegurar missões de transporte de passageiros e carga, transporte tático em pistas não preparadas, evacuações médicas, largada de paraquedistas e vigilância aérea e garantir a segurança do campo norueguês de Bifrost, em Bamako, onde estão alojados os militares portugueses.

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