Madrid pede explicações a Rabat após declarações sobre Ceuta e Melilla

A Espanha convocou com caráter de urgência a embaixadora de Marrocos em Madrid, na segunda-feira, após declarações feitas pelo primeiro-ministro marroquino sobre Ceuta e Melilla, dois enclaves espanhóis no norte de Marrocos.

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Lusa
22/12/2020 08:27 ‧ 22/12/2020 por Lusa

Mundo

Espanha

O primeiro-ministro marroquino, Saadeddine El Othmani, afirmou na segunda-feira numa entrevista ao canal egípcio Acharq que o seu país, depois de resolver o conflito no Saara Ocidental, irá discutir com Espanha a questão das cidades de Ceuta e Melilla, cuja soberania é reivindicada por este país do Magrebe.

"Ceuta e Melilla é uma questão que deve ser aberta", disse o primeiro-ministro marroquino, acrescentando que a matéria "está pendente há cinco ou seis séculos, mas um dia poderá ser aberta".

O Ministério dos Negócios Estrangeiros espanhol convocou imediatamente, no mesmo dia, a embaixadora marroquina em Madrid, Karima Benyaich.

"A Espanha espera que todos os seus parceiros respeitem a soberania e a integridade territorial do nosso país e pediu [à embaixadora] explicações sobre as declarações feitas pelo primeiro-ministro marroquino", avançou o ministério espanhol responsável pelas relações externas numa declaração feita depois da reunião, ao final do dia.

As cidades de Melilla e Ceuta estão sob a soberania espanhola desde os séculos XVI e XVII, respetivamente.

A controvérsia surge num momento delicado das relações entre os dois países, particularmente sobre a questão do Saara Ocidental, uma antiga colónia espanhola e um território com escassa população controlado por Rabat, mas reivindicado pelos combatentes pela independência da Frente Polisário.

O recente reconhecimento pelos Estados Unidos da América da soberania marroquina sobre este território reavivaram a tensão entre Rabat e Madrid sobre a questão.

O Governo espanhol apela ao cumprimento das resoluções do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) que consideram o Saara Ocidental como um "território não autónomo" e preveem a realização de um referendo sobre a sua autodeterminação.

 

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