O atual Presidente, Faustin Archange Touadéra, procura um segundo mandato, sendo apontado como o favorito à vitória.
Entre os restantes oponentes, encontra-se Anicet-Georges Dologuélé, candidato do partido União para a Renovação Centro-Africana, que nas anteriores eleições disputou a segunda volta frente a Touadéra.
Na primeira ronda dessas eleições, realizada em 30 de dezembro de 2015, Dologuélé recolheu 23,74% dos votos, tendo sido derrotado por Touadéra na segunda volta, com o atual Presidente a conquistar 62,71% dos boletins.
No total, o Tribunal Constitucional aprovou 17 das 22 candidaturas apresentadas para a presidência da RCA.
Entre os candidatos estão os "repetentes" da anterior eleição presidencial Désiré Kolingba, Martin Ziguélé, Sylvain Patassé, Abdoul Karim Meckassoua, Cyriaque Gonda e Jean-Serge Bokassa.
No boletim de voto constarão também os antigos primeiros-ministros Mahamat Kamoun e Nicolas Tiangaye, o antigo presidente do Conselho Nacional de Transição Alexandre-Ferdinand Nguendet, a antiga presidente-interina do país Catherine Samba-Panza, Augustin Agou, Crépin Mboli Goumba, Serge Djorie, Eloi Anguimaté e Aristide Reboas.
A decisão do Tribunal Constitucional da RCA invalidou a candidatura do antigo Presidente François Bozizé, encarado como o único candidato que poderia representar uma ameaça séria à candidatura de Touadéra, segundo analistas.
Após seis anos de exílio no estrangeiro, Bozizé tinha regressado à capital do país, Bangui, em dezembro de 2019.
Nas eleições do próximo dia 27 serão também eleitos os 140 deputados da Assembleia Nacional do país.
A RCA caiu no caos e na violência em 2013, depois do derrube do então Presidente, François Bozizé, por grupos armados juntos na Séléka, o que suscitou a oposição de outras milícias, agrupadas sob a designação anti-Balaka.
Desde então, o território centro-africano tem sido palco de confrontos comunitários entre estes grupos, que obrigaram quase um quarto dos 4,7 milhões de habitantes da RCA a abandonarem as suas casas.
O Governo centro-africano controla um quinto do território, sendo o resto dividido por mais de 15 milícias que procuram obter dinheiro através de raptos, extorsão, bloqueio de vias de comunicação, recursos minerais (diamantes e ouro, entre outros), roubo de gado e abate de elefantes para venda de marfim.
Um acordo de paz foi assinado em Cartum, capital do Sudão, em fevereiro de 2019 pelo Governo e por 14 grupos armados, e um mês mais tarde as partes entenderam-se sobre um governo inclusivo, no âmbito do processo de paz.
Na antecipação das eleições, a missão da Organização das Nações Unidas na RCA apontou que estas são "uma oportunidade para consolidar o processo democrático".
Durante o dia de hoje termina a visita de uma delegação conjunta da Comunidade Económica dos Estados da África Central e da ONU, que, de acordo com as organizações, pretende "reafirmar o seu apoio ao processo eleitoral".
A visita previa reuniões com candidatos às eleições presidenciais, assim como com membros da sociedade civil, representantes de grupos armados e diplomatas destacados em Bangui.
Portugal está presente na RCA desde o início de 2017. A 7.ª Força Nacional Destacada, constituída por 180 militares, encontra-se no país e integra a missão da ONU, a Minusca.