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Médico judeu salvou infetado que tinha tatuagens nazis. "Hesitei"

Taylor Nichols, que trabalha num hospital da Califórnia, relatou a experiência no Twitter.

Médico judeu salvou infetado que tinha tatuagens nazis. "Hesitei"
Notícias ao Minuto

09:27 - 08/12/20 por Notícias Ao Minuto

Mundo Covid-19

Um médico judeu, que luta na linha da frente contra a Covid-19, num hospital da Califórnia, nos EUA, salvou um infetado com tatuagens nazis, no final do mês de novembro.

A experiência foi contada pelo mesmo na sua conta de Twitter e, posteriormente, ao The Washington Post.

"Ele veio de ambulância sem fôlego, com dificuldades em respirar. Visivelmente doente. Desconfortável. Assustado. Quando lhe tiramos a camisa para colocar a bata do hospital, todos vimos várias tatuagens nazis”, começou por escrever Taylor Nichols nas redes sociais.

Já noutro tweet, o profissional de saúde revelou que, além dele, também uma enfermeira negra ajudou a salvar o homem das tatuagens. “Todos nós vimos. Os símbolos de ódio no seu corpo anunciavam com orgulho os seus ideais. Todos nós soubemos naquele momento o que ele pensa sobre nós. Como ele valoriza as nossas vidas”, descreveu.

O paciente, que a certa altura pediu ao médico judeu que não o deixasse morrer, tinha no peito a cruz suástica. Nos braços tinha vários desenhos nazis e inscrições que remetiam para as SS.

Frente a tais símbolos, Taylor Nichols admite que, pela primeira vez na sua carreira, hesitou em salvar um paciente.

“Quando vi a tatuagem da SS perguntei-me o que é que ele iria pensar ao saber que tinha sido um médico judeu a cuidar dele ou o quanto ele se importaria em salvar a minha vida se invertêssemos os papéis. E reconheço que, pela primeira vez na minha carreira, hesitei. A pandemia atingiu-me. O meu mantra de cuidar de todos não teve o mesmo impacto. Percebi que talvez eu não esteja bem”, confessou.

Apesar das dúvidas, Taylor Nichols salvou o homem que, depois de entubado, nunca mais viu.

“Ele ensinou-me uma lição. Esta pandemia está a testar e a fortalecer as profundezas da nossa compaixão. Temos de nos apoiar uns aos outros, para garantir que podemos continuar a dar o melhor atendimento. As nossas portas estarão sempre abertas, não importa quem sejas, para que possas procurar ajuda quando precisares”, concluiu o médico.

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