Cuba. Partido Comunista anuncia congresso e saída do poder de Raul Castro
O comité central do Partido Comunista de Cuba (PCC) anunciou que o seu 8.º congresso acontecerá em abril de 2021, levando à saída do poder de grande parte da geração da revolução, incluindo Raul Castro, divulgaram hoje meios oficiais.
© Reuters
Mundo Cuba
"Será o congresso da continuidade, expressa na passagem gradual e ordenada das principais responsabilidades do país para as novas gerações", refere um comunicado lido pelo segundo secretário do PCC, José Ramon Machado Ventura, e publicado no jornal oficial Granma.
A mudança irá realizar-se "com a certeza de que a Revolução não se limita a quem a levou ao triunfo, nesse glorioso 1 de janeiro (1959), mas integra também a vontade e o compromisso de quem a possui, de quem a fez sua durante todos estes anos e de quem vai continuar o seu progresso", acrescenta o comunicado.
O PCC, partido único em Cuba, é liderado por duas figuras históricas da revolução socialista: Raul Castro, ex-Presidente (2008-2018) e irmão mais novo do histórico Presidente Fidel Castro, e José Ramon Machado Ventura, que fazem parte de uma geração cujos membros se aproximam dos 90 anos.
Raul Castro, de 89 anos, já tinha anunciado que o congresso de 2021 marcaria a saída de grande parte dessa geração, abrindo a possibilidade de o atual Presidente de Cuba, Miguel Diaz-Canel, 60 anos de idade, membro do altamente seletivo 'bureau' político do PCC, poder vir a assumir o controlo do partido.
O anúncio da realização do congresso, de 16 a 19 de abril do próximo ano, reforça o desejo de continuar as reformas económicas lançadas em 2008 por Raul Castro, apesar das dificuldades financeiras que Cuba atravessa, estando também a ser afetada pela pandemia de covid-19.
Numa mensagem dirigida diretamente ao setor privado, que está agora a ser incentivado politicamente, o PCC reitera que "os vínculos entre o setor estatal e não estatal da economia devem continuar a desenvolver-se, no âmbito da estratégia económica definida".
O partido sublinha ainda que, no país onde a 3G (a obsoleta terceira geração de telecomunicações) chegou apenas no final de 2018, "as redes sociais e a Internet tornaram-se um lugar permanente de confronto ideológico, onde os nossos argumentos devem prevalecer também perante as campanhas inimigas".
A Internet tem sido a principal arma do movimento de artistas de protesto que recentemente desafiou o Governo cubano, pressionando o Ministério da Cultura a comprometer-se com o debate em torno da liberdade de expressão.
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