O pedido de Laszlo Kover ao ex-ministro das Finanças e atual líder do Parlamento da Alemanha - país que assegura atualmente a presidência semestral rotativa do Conselho da União Europeia (UE) - foi feito através de uma carta hoje noticiada pelo semanário alemão Der Spiegel.
Na missiva, Laszlo Kover pede a Wolfgang Schäuble que faça valer "a sua reputação pessoal" para evitar esta controversa cláusula.
A aprovação do orçamento plurianual da UE para 2021-2027 (1,08 biliões de euros) e do Fundo de Recuperação pós-pandemia que lhe está associado (750 mil milhões) encontra-se bloqueada pela Hungria e Polónia, que discordam da condicionalidade no acesso aos fundos comunitários ao respeito pelo Estado de Direito.
A ameaça de veto concretizou-se em 16 de novembro, numa reunião das representações permanentes dos Estados-membros junto da UE, na qual era suposto os 27 'selarem' o compromisso alcançado pela presidência alemã, e manteve-se no Conselho Europeu celebrado na semana passada por videoconferência.
Na véspera do Conselho, Hungria e Polónia receberam o apoio da Eslovénia, que embora não ameace vetar o acordo, afirma compreender a posição daqueles países.
Na quinta-feira, em Budapeste, os primeiros-ministros da Hungria, Viktor Orbán, e da Polónia, Mateusz Morawiecki, voltaram a confirmar o seu veto, afirmando que a proposta atual "não é aceitável" e denunciando uma "motivação política" que pode "levar à desintegração da UE"
Na missiva hoje conhecida, o presidente do Parlamento húngaro e elemento do Fidesz (partido de Viktor Orbán) reitera o argumento que vincular os fundos comunitários ao respeito pelo Estado de Direito é ilegal e permite "chantagem política a certos Estados-membros".
De acordo com o Der Spiegel, a deputada dos Verdes alemães, Franziska Brantner, exigiu, entretanto, a Wolfgang Schäuble que responda de forma clara ao homólogo húngaro.
"Não nos deixamos chantagear", declarou a deputada citada pelas agências internacionais.