ONU confia numa investigação imparcial aos confrontos na Guatemala
A ONU acredita que as autoridades guatemaltecas vão fazer uma investigação imparcial aos incidentes ocorridos durante os protestos de sábado e depois do vice-presidente Guillermo Castillo ter denunciado um "uso excessivo da força policial" contra os manifestantes.
© Reuters
Mundo Protestos Guatemala
"Confiamos que as autoridades realizarão uma investigação imparcial e independente dos fatos", disse hoje o porta-voz Stéphane Dujarric em conferência de imprensa.
Dujarric destacou que "os direitos fundamentais de liberdade de expressão e reunião pacífica devem ser respeitados" e disse que as Nações Unidas apelam a todos para "trabalharem juntos" e com meios pacíficos e legais para responder aos problemas que a Guatemala atravessa.
As forças de segurança detiveram mais de 30 pessoas durante as manifestações de sábado que provocaram pelo menos 40 feridos e dezenas afetadas por gás lacrimogéneo, sem contar as mortes nos protestos.
Hoje o Hospital Roosevelt, o maior da Guatemala, confirmou que dois manifestantes perderam um olho devido ao impacto de gás lacrimogéneo, alegadamente disparado pela Polícia Nacional Civil.
A manifestação foi organizada para protestar contra o Presidente, Alejandro Giammattei, e o Congresso da Guatemala, após a aprovação, na quarta-feira, do orçamento do Estado para 2021, com cortes nas despesas de educação e saúde.
O orçamento foi qualificado de "opaco" pelos especialistas, sem que os 160 deputados tivessem acesso a ele e com extensas reduções para questões de saúde e direitos humanos.
Centenas de manifestantes invadiram o Congresso da Guatemala e queimaram parte do edifício.
Segundo as reivindicações dos cerca de sete mil manifestantes que protestaram diante do Palácio Nacional na capital, o orçamento para o próximo ano foi negociado e aprovado "em segredo" enquanto o país enfrentava as consequências de furacões e o impacto da pandemia de covid-19.
Já hoje, o Parlamento guatemalteco suspendeu o OE, que incluía também um aumento para 65.000 dólares (54.800 euros) do valor para as refeições dos deputados, enquanto era reduzido o financiamento a doentes afetados pelo vírus SARS-CoV-2 e às organizações de direitos humanos
"Para garantir a governação do país e a paz social, concordamos em suspender o trâmite do Orçamento do Estado", declarou Allan Rodriguez, presidente do Parlamento guatemalteco, durante mensagem à nação transmitido pelo canal parlamentar.
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