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EUA e doadores da Guatemala querem investigação à violência de sábado

Os Estados Unidos e os principais doadores da Guatemala pediram hoje uma investigação "rápida" aos atos de violência ocorridos sábado à noite, após um grupo de encapuçados ter incendiado parte do edifício do Congresso na capital do país.

EUA e doadores da Guatemala querem investigação à violência de sábado
Notícias ao Minuto

17:13 - 23/11/20 por Lusa

Mundo Protestos Guatemala

"Apelamos ao Governo da Guatemala para investigar os factos ocorridos na noite de 21 de novembro e a responsabilizar os culpados pela violência e o uso excessivo da força", desencadeada quando a polícia reprimiu uma manifestação pacífica, argumentou o conhecido por Grupo de Doadores G-13, num comunicado.

No documento, o G-13 pediu também à população guatemalteca a unir-se "na busca de soluções concertadas" e a "abster-se da linguagem de confrontação", para que, assim, "se possam aproveitar todas as oportunidades para um diálogo construtivo".

Centenas de manifestantes invadiram sábado o Congresso da Guatemala e queimaram parte do edifício entre crescentes manifestações contra o Presidente Alejandro Giammattei e o governo por aprovarem um Orçamento do Estado (OE) com cortes nas despesas com educação e saúde.

Já hoje, o Parlamento guatemalteco suspendeu o OE, que incluía também um aumento para 65.000 dólares (54.800 euros) do valor para as refeições dos deputados, enquanto era reduzido o financiamento a doentes afetados pelo vírus SARS-CoV-2 e às organizações de direitos humanos

"Para garantir a governação do país e a paz social, concordamos em suspender o trâmite do Orçamento do Estado", declarou Allan Rodriguez, presidente do Parlamento guatemalteco, durante mensagem à nação transmitido pelo canal parlamentar.

Segundo Rodriguez, o decreto que endossa o orçamento não será enviado ao poder executivo e os parlamentares têm agora até 30 deste mês para aprovar um novo documento em conformidade com a lei guatemalteca. Caso contrário, o orçamento atual permanecerá em vigor.

Segundo as reivindicações dos cerca de 7.000 manifestantes que protestaram sábado diante do Palácio Nacional na capital, o orçamento para o próximo ano foi negociado e aprovado "em segredo" enquanto o país enfrentava as consequências de furacões e o impacto da pandemia de covid-19.

Imagens que circularam nas redes sociais mostraram chamas a irromperem por uma janela do edifício. Já a comunicação social reportou que as forças de segurança dispararam gás lacrimogéneo contra os manifestantes, registando-se feridos na manifestação.

Sobre os protestos, o G-13 lembrou que a grande maioria dos manifestantes "exerceu pacificamente os seus direitos constitucionais", salientando que a expressão de ideias "nunca deve confundir-se com violência".

Ainda sábado, o Presidente guatemalteco repudiou os incidentes deste sábado, adiantando na sua conta no Twitter que "qualquer pessoa que se prove ter participado nos atos criminosos será punida com toda a força da lei" e que, apesar de defender o direito ao protesto, o país "não pode permitir que as pessoas vandalizem a propriedade pública ou privada".

Por outro lado, Alejandro Giammattei referiu já se ter reunido com diversos grupos para apresentar alterações ao polémico orçamento para 2021.

A tensão emergiu após os primeiros protestos de sexta-feira, que expressaram a indignação dos guatemaltecos com a aprovação do novo valor para as refeições dos deputados, enquanto era reduzido o financiamento a doentes afetados pelo vírus SARS-CoV-2 e às organizações de direitos humanos. 

O vice-Presidente Guillermo Castillo ofereceu-se para se demitir e desafiou o Presidente a seguir o mesmo caminho "pelo bem do país", além de sugerir o veto à proposta orçamental. 

De acordo com a Associated Press, o plano de despesas foi negociado em segredo e aprovado pelo congresso antes do amanhecer de quarta-feira, em plena gestão dos efeitos dos furacões Eta e Iota.

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