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Frente Polisário diz ter causado mortes em ataque a forças marroquinas

A Frente Polisário informou hoje que bombardeou posições do exército marroquino, pelo segundo dia consecutivo, causando mortes, em resposta ao ataque aéreo lançado por Marrocos na sexta-feira na fronteira de Guerguerat, que liga a Mauritânia com o Saara Ocidental.

Frente Polisário diz ter causado mortes em ataque a forças marroquinas
Notícias ao Minuto

23:06 - 14/11/20 por Lusa

Mundo Frente Polisário

De acordo com um comunicado classificado como 'Relatório de Guerra Número 2', unidades do Exército de Libertação do Povo Saarauí (SPLA) "atacaram bases, pontos de apoio e abastecimento do inimigo, e desferiram duros golpes ao Exército marroquino", que sofreu "baixas mortais".

"O SPLA bombardeou à noite a base 13 do pelotão 67 localizado no setor de Bagari. Os setores de Mahbes e Guerguerat também foram castigados com fogo do Exército saraauí. Como consequência, o inimigo sofreu baixas mortais nas suas fileiras", pode ler-se no documento, sem oferecer mais detalhes.

A informação não foi confirmada ou negada até agora pelo Governo de Rabat e não pôde ser corroborada por fontes independentes.

A tensão entre Rabat e a Frente Polisário disparou desde que, a 21 de outubro, um grupo de ativistas saraauís bloqueou a passagem da fronteira de Guerguerat, uma zona considerada tampão que nos últimos anos Marrocos ajudou a transformar num canal comercial ativo com a Mauritânia.

Na sexta-feira, as unidades militares marroquinas cruzaram a linha divisória para quebrar o bloqueio e levantar um corredor de segurança, ação que desencadeou uma troca de tiros entre o Exército marroquino e as forças da Frente Polisário estacionadas na área.

Horas depois, unidades saraauís bombardearam quatro bases militares e dois postos de controlo marroquinos localizados ao longo do muro de segurança construído no deserto, o mais longo do mundo com mais de 2.5000 quilómetros de comprimento.

Embora a Frente Polisário assegure que houve "vítimas inimigas", esta informação não pôde também ser corroborada por fontes independentes.

Neste contexto bélico, o secretário-geral da Frente Polisário, Brahim Ghali, culpou hoje Marrocos por todas as consequências decorrentes do ataque em Guerguerat, considerou o acordo de cessar-fogo - assinado com Marrocos em 1991 -- como quebrado e decretou estado de guerra em todo o território.

Ghali, Presidente da República Árabe Saraauí Democrática (RASD), também ordenou a Autoridade de Segurança Nacional, chefiada pelo primeiro-ministro, Hamoudi Bouchraya Beyun, "a tomar medidas relacionadas com a implementação dos requisitos do estado de guerra, no que diz respeito à gestão e administração das instituições e organismos nacionais, e à garantia da regularidade dos serviços à população".

Além disso, impôs recolher obrigatório em todas as áreas sob o seu controlo para preparar uma guerra cujo curso dependerá, em grande parte, da posição assumida pela Argélia, rival de Marrocos e principal apoio económico, político e militar da Frente Polisário.

Nos últimos dias, o rei de Marrocos, Mohamed VI, trocou mensagens com as Nações Unidas, França, Estados Unidos, Mauritânia e outros países envolvidos a fim de alertá-los para a operação.

Também o secretário-geral da ONU, António Guterres, lamentou o que considerou ser um "fracasso" seu nos esforços feitos para criar um 'status quo' na disputa entre Marrocos e a República Árabe Saarauí Democrática (RASD) no Saara Ocidental.

A zona desmilitarizada onde está localizada Guerguerat é regida pelo chamado "Acordo Militar número 1", anexo ao acordo de cessar-fogo em vigor desde 1991 e assinado por Marrocos e o grupo Frente Polisário, que proíbe a entrada de militares, entre outras medidas.

No entanto, tanto Marrocos como a Frente Polisário são constantemente acusados de não cumprir o acordo com ações que violam o cessar-fogo.

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