Num anúncio na televisão pública argelina, o presidente do conselho constitucional, Kamel Fenniche, congratulou-se com um referendo "transparente" e "realizado em boas condições", comunicando que a reforma da Constituição foi aprovada com 66,8% a favor e 33,2% contra.
No entanto, a taxa de participação foi de 23,7%, o menor nível de todos os tempos para uma eleição importante na Argélia, desde a independência em 1962, tendo sido considerada por vários meios de comunicação argelinos como "um fiasco" para o regime do presidente Abdelmadjid Tebboune.
Com estes resultados, significa que menos de um quinto dos eleitores votou a favor da reforma constitucional, o que pode representar, politicamente, uma punição para Abdelmadjid Tebboune.
Foi o presidente, de 74 anos, - atualmente ausente do país, porque está hospitalizado na Alemanha - que desencadeou um processo de revisão constitucional logo após a sua controversa eleição em dezembro de 2019,
Esta revisão da Constituição visa estabelecer uma "nova República" e responder às aspirações do movimento de contestação popular inédito, 'Hirak', que exige um "desmantelamento do sistema" político existente.
Os partidários do 'Hirak' tinham apelado ao boicote do referendo.