Filho de imigrantes do Porto Rico, o norte-americano disse á Lusa que votou hoje em Joe Biden só para tentar derrotar Donald Trump, mas ainda assim acredita na reeleição do atual Presidente, que "parece ter mais apoio", porque "as pessoas que acreditam em Trump têm bases mais fortes".
"Só votei em Biden porque sou contra Trump", disse, acrescentando que "muita gente" terá feito o mesmo".
"A maior parte das pessoas não gosta de Biden. Ele não é um candidato forte, não fala muito bem e a esquerda liberal impulsiona agendas que são antifamília e outras coisas", explicou Caleo Vazquez.
Trabalhador da construção civil, Caleo disse que a repulsa entre Donald Trump e as uniões sindicais é recíproca: "Trump é contra os trabalhadores dos sindicatos e eu votei contra Trump".
No entanto, Caleo disse ter muitos colegas do sindicato que "são brancos e gostam de Trump", acrescentando que diferentes comunidades de Nova Iorque têm diferentes tendências políticas.
A maior parte dos espaços comerciais no centro de Nova Iorque está a proteger as altas paredes de vidro com barricadas de madeira, em antecipação aos protestos que parecem possíveis e que têm probabilidade de se tornarem confrontos violentos.
O nova-iorquino Caleo Vazquez acredita "definitivamente" que possa haver protestos e manifestações nos próximos dias, por causa da eleição e, mais para o futuro, "até uma guerra civil", "mesmo que isso não aconteça agora", mas ainda "neste século".
"Os EUA estão muito divididos e não são um país como outros países", defendeu Caleo, "não têm uma narrativa e uma identidade", referindo-se à história da federação que inclui 50 Estados e territórios.
Caleo Vazquez sublinhou que as pessoas brancas e as pessoas negras têm passados totalmente diferentes e "as pessoas brancas não têm uma narrativa própria".
O norte-americano comentou que os peregrinos se deslocaram da Europa para a Nova Inglaterra (costa leste dos EUA) por liberdade religiosa e para a Virgínia para dedicar-se à agricultura, imprimindo assim uma grande diferença entre todas as partes geográficas.
"As pessoas vieram cá para fazer [em cada sítio] o que queriam. Não é a mesma coisa, não é igual, em todos os lugares", concluiu.
As eleições que terminam hoje nos Estados Unidos decidem o futuro Presidente para o período de 2021 a 2025, mas também a recomposição da Câmara dos Representantes e Senado federal, para além de outros cargos políticos locais em diferentes condados.