A lei, que foi aprovada em 13 de novembro de 2019 no Parlamento, com previsão de que fosse aprovada em referendo, entrará em vigor a 6 de novembro de 2021 na Nova Zelândia, país onde quase metade dos habitantes se declaram não religiosos e mais de um terço são cristãos.
A partir de novembro, um médico poderá administrar um medicamento letal a um adulto que tenha, no máximo, um prazo de seis meses de vida e seja vítima de uma doença terminal insuportável, desde que o paciente tenha feito o pedido de forma consciente e voluntária, explica a agência Efe.
A Nova Zelândia "será mais gentil, mais compassiva e uma sociedade mais humana. Milhares de neozelandeses que enfrentam mortes horríveis terão escolha, dignidade, controlo e autonomia sobre os seus próprios corpos, sob a proteção da lei", escreveu no Facebook o líder do partido ACT, David Seymour, que apoiou a medida.
Neste referendo, 33,8 por cento manifestaram-se contra a eutanásia, visto que muitos consideraram que não havia salvaguardas suficientes para evitar pressões contra os doentes terminais ou tempo suficiente para reflexão entre a tomada de decisão e o concluir do processo.
"Acho que os neozelandeses podem ter certeza de que será seguro", disse à Rádio Nova Zelândia Matt Vickers, viúvo de Lecretia Seales, uma mulher que lutou em tribunal pelo direito de morrer, explicando que esta medida é combinada com outras leis que protegem os direitos individuais.
Embora a eutanásia seja legal noutros países, a Nova Zelândia é o primeiro a aprová-la por referendo.
A eutanásia e o suicídio assistido são permitidos em países como Holanda, Bélgica, Suíça, Luxemburgo, Alemanha, Colômbia, alguns estados da Austrália e Estados Unidos, embora com modelos diferentes.
Em Portugal, a Assembleia da República "chumbou" na semana passada um referendo sobre a morte medicamente assistida, ou eutanásia, apresentado através de uma iniciativa popular com mais de 95 mil assinaturas.