"Bom dia Lagos, hoje é um bom dia para começar a reconstruir Lagos e pôr fim à violência policial", escreveu BabajideSanwo-Olu no Twitter, antes de anunciar na televisão que "as pessoas poderão deixar as suas casas entre as 8 da manhã e as 18 horas da noite, começando no sábado".
As declarações do autarcaBabajideSanwo-Olu surgem depois de confrontos violentos entre a polícia e os manifestantes, que levou à imposição do recolher obrigatório. Os protestos foram, reprimidos com violência na terça-feira à noite, quando 12 jovens morreram na sequência de disparos da polícia.
Hoje, já depois do discurso de quinta-feira à noite do Presidente, no qual MuhammaduBuhari admitiu que "muitas vidas foram perdidas", mas não falou da morte dos 12 jovens, as ruas de Lagos estavam cheias de elementos da polícia e forças de segurança, que inspecionavam carros e pessoas, muitas delas a caminho de casa ou em busca de comida, segundo a reportagem da agência de notícias francesa, a AFP.
De acordo com a Amnistia Internacional (AI), pelo menos 56 pessoas morreram desde o início dos protestos contra a violência policial no país, em 08 de outubro, 38 das quais na passada terça-feira em Lagos.
"O número mantém-se em 56", indicou na quinta-feira à agência EfeIsaSunasi, responsável pela comunicação na AI na Nigéria, que exortou as forças de segurança a "agirem com contenção e precaução" e a respeitarem "o direito à liberdade de reunião e de movimento" dos nigerianos.
O número total de mortos inclui manifestantes - pelo menos 12 foram mortos no distrito de Alausa e na portagem de Lekki em Lagos na terça-feira, onde soldados abriram fogo sobre os manifestantes -, membros das forças de segurança e bandidos alegadamente contratados pelas autoridades, disse a Amnistia Internacional.
A violenta repressão de terça-feira ocorreu duas semanas após o início dos protestos sob o lema "#EndSARS", sigla da entretanto dissolvida Brigada Especial Anti-Roubo da Polícia Nigeriana, acusada de detenções arbitrárias, torturas e execuções extrajudiciais.
"As pessoas querem sentir-se protegidas. Os nigerianos querem desesperadamente o fim da brutalidade policial", disse a responsável da IA em declarações à agência Efe, quando interrogada sobre o sentimento geral nas ruas.