Estou "bastante otimista", disse Stephanie Williams, representante especial do secretário-geral das Nações Unidas e Chefe da Missão de Apoio das Nações Unidas na Líbia (MANUL), numa conferência de imprensa em que anunciou vários acordos, designadamente a abertura das principais rotas terrestres do país, bem como de algumas vias aéreas internas, o que deve ajudar a aliviar a situação muito difícil das populações civis.
A responsável justifica o otimismo com a atmosfera de "seriedade e compromisso" que diz caracterizar as primeiras discussões da comissão militar conjunta da Líbia, que representa as duas partes em conflito, que começaram na segunda-feira, em Genebra, na Suíça.
Confirmada na cimeira internacional de 19 de janeiro de 2020 em Berlim, a comissão militar conjunta constitui uma das três vias percorridas em paralelo pela MANUL, juntamente com as vertentes económica e política.
A reunião anterior realizou-se durante dois dias no final de setembro, no Egito, depois de negociações entre deputados dos dois lados terem decorrido em Marrocos, no mesmo mês, quando foi anunciado um acordo sobre as instituições soberanas.
Várias rondas de negociações têm acontecido nos últimos anos e vários acordos foram anunciados, mas não aplicados.
A Líbia tem sido palco de violência e de lutas de poder desde a queda do regime de Muammar Kadhafi em 2011.
Duas autoridades disputam atualmente o poder: o governo de acordo nacional (GAN, reconhecido pela ONU e sediado em Tripoli) e o poderoso marechal Khalifa Haftar no leste do país.
[Notícia atualizada às 09h56]