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Líbia: Demissão do governo paralelo em clima de revolta social

O governo paralelo instalado em Benghazi, a segunda cidade líbia, demitiu-se na sequência de manifestações que têm ocorrido nos últimos dias em diversas localidades contra a corrupção e a deterioração das condições de vida.

Líbia: Demissão do governo paralelo em clima de revolta social
Notícias ao Minuto

20:47 - 14/09/20 por Lusa

Mundo Líbia

Abdallah al-Theni, chefe do governo paralelo, "apresentou a sua demissão [e do seu governo] no domingo durante uma reunião com o presidente do parlamento", indicou em comunicado o porta-voz do primeiro-ministro.

A Líbia está fraturada por um conflito entre dois poderes rivais, o Governo de Acordo Nacional (GAN) reconhecido pela ONU e com sede em Tripoli, e um poder impulsionado pelo marechal dissidente Khalifa Haftar, que domina no leste e parte do sul.

Desde 2014 que no país do norte de África existem dois governos e dois parlamentos.

A demissão de Theni "será examinada durante uma sessão no parlamento", anunciou o porta-voz parlamentar sem mais detalhes.

Esta decisão segue-se a uma forte contestação social no leste da Líbia contra a deterioração das condições de vida e dos serviços, mas em particular contra a corrupção no poder.

Num raro movimento de contestação social nesta região, centenas de líbios manifestam-se desde quinta-feira em Benghazi -- onde teve início a rebelião interna apoiada por uma intervenção militar ocidental que pôs termo ao regime de Muammar Kadhafi em 2011 -- e noutras cidades.

De início pacíficos, os protestos radicalizaram-se e no domingo os manifestantes incendiaram a sede do governo paralelo.

Em Al-Marj, uma centena de quilómetros a leste de Benghazi, polícias dispararam balas reais para dispersar os manifestantes que forçavam a entrada em direção às instalações policiais na noite de sábado para domingo, provocando pelo menos cinco feridos, de acordo com testemunhos locais.

A missão da ONU na Líbia manifestou "grave preocupação pelas informações segundo as quais foi morto um civil, três outros ficaram feridos e diversos manifestantes detidos em 12 de setembro na sequência do uso excessivo da força pelas autoridades" em Al-Marj.

A Líbia dispõe das mais abundantes reservas de petróleo de África. Desde janeiro, grupos pró-Haftar bloqueiam os campos e portos petrolíferos, exigindo uma repartição equitativa das receitas petrolíferas geridas pelo GAN.

Este bloqueio, que segundo os últimos números da companhia nacional do petróleo implicou uma perda de receitas de 8,1 mil milhões de euros, exacerbou as penúrias de eletricidade e de combustíveis no país.

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