O antigo dirigente conservador que dirigiu o pequeno Estado dos Balcãs e ex-república jugoslava com firmeza durante dez anos até à sua queda em 2016, foi julgado à revelia em Skopje.
Próximo de Viktor Orban, o primeiro-ministro húngaro, Gruevski, 50 anos, está refugiado na Hungria desde novembro de 2018, após a sua condenação a dois anos de prisão por ter utilizado para fins pessoais um Mercedes de 600.000 euros adquiridos com dinheiros públicos.
Ex-líder do partido conservador e nacionalista VMRO-DPMNE foi condenado na terça-feira a um ano e meio de prisão por incitação à violência em 2013 em Skopje durante uma manifestação frente ao edifício municipal de Centar, uma localidade dos arredores da capital e que era dirigida pela oposição.
Os manifestantes irromperam no edifício após lançarem pedras e partirem janelas, acusando o conselho municipal de pretender demolir uma igreja. Segundo o procurador, o verdadeiro motivo do ataque foi o desejo do ex-primeiro-ministro em proteger os seus interesses financeiros contra um plano de urbanização da municipalidade de Centar.
Os processos judiciais tiveram origem escutas ilegais, com a fuga das informações fomentada a partir de 2015 pelos sociais-democratas do atual primeiro-ministro Zoran Zaev, então na oposição.
Os registos parecem indicar Nikola Gruevski em vias de dar ordens aos seus apoiantes para irromperem na câmara municipal de Centar e de agredirem o presidente local por várias vezes.
Outras seis pessoas, incluindo o antigo ministro dos Transportes, Mile Janakievski, aliado próximo do antigo primeiro-ministro, também foram condenados a prisão com pena suspensa.
Os condenados e o procurador anunciaram a intenção de recorrer das sentenças.
As autoridades da Macedónia do Norte já solicitaram à Hungria por diversas vezes a extradição do ex-primeiro-ministro, mas sem resultados. Gruevski também está indiciado em três outros casos de corrupção, fraude eleitoral e financiamento ilegal do seu partido político. É ainda visado num inquérito sobre um ataque em 2017 contra o parlamento, o ponto culminante de uma crise na qual o VMRO-DPMNE tentou opor-se à passagem do poder para os sociais-democratas.