Presidente do Chipre exorta UE a aplicar sanções contra a Turquia
O Presidente do Chipre considerou hoje que a União Europeia (UE) não deve excluir a imposição de sanções à Turquia para que terminem as prospeções "ilegais" de hidrocarbonetos no Mediterrâneo oriental, na origem do aumento das tensões na região.
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Mundo Chipre
O Presidente Nicos Anastasiades disse que a UE deverá considerar aplicar "todos meios ao (...) dispor" numa resposta à Turquia e evitar que se instale um "duplo critério" sobre a resposta do bloco europeu às atividades da Turquia no interior e exterior das fronteiras do país euro-asiático.
"Enquanto permanecerem as ações ilegais contra Estados-membros, a reação da União Europeia deve ser imediata", disse Anastasiades após conversações em Nicósia com o Charles Michel, presidente do Conselho Europeu.
Anastasiades referia-se ao consenso do bloco europeu sobre a aplicação de sanções a responsáveis oficiais bielorrussos por alegada fraude eleitoral e violências contra manifestantes, e quando se verificaram divergências internas sobre a imposição de sanções mais duras à Turquia.
A confrontação entre a Grécia e a Turquia agravou-se em agosto quando navios de pesquisa turcos iniciaram prospeções de reservas energéticas em águas onde a Grécia e a ilha dividida de Chipre reivindicam direitos exclusivos.
O Governo da Turquia, que não reconhece a República de Chipre (a parte sul da ilha e membro da UE), considera ter direito a efetuar prospeções de petróleo e gás nessas águas e não aceita estar "submetido" às reivindicações gregas e cipriotas.
Charles Michel não fez referência a eventuais sanções, mas considerou essencial que a UE adote uma posição comum nas conversações destinadas a prevenir um potencial conflito armado no Mediterrâneo.
O presidente do Conselho Europeu assinalou que os apelos prévios à solidariedade com Chipre devem ser concretizados "com palavras e ações".
"Penso que devemos ser muito firmes quando se trata de defender os interesses de todos os Estados-membros, incluindo os interesses de Chipre", indicou Michel.
A deslocação de Michel a Chipre, após uma paragem na Grécia, surge num momento em que os líderes da UE se preparam para discutir medidas destinadas a promover um apaziguamento das tensões com a Turquia.
Na terça-feira, a Turquia prolongou até outubro as suas prospeções de petróleo e gás ao interior da zona económica exclusiva (ZEE) de Chipre, também em nome dos interesses da autoproclamada República Turca de Chipre do Norte (RTCN, o terço norte da ilha), apenas reconhecida por Ancara. O navio de prospeção turco Yavuz continua a operar no sudoeste da ilha.
"O respeito e a soberania de todos os Estados-membros deve permanecer a regra face à qual que ninguém deve ignorar ou discordar", insistiu Anastasiades no encontro com Michel.
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