Petição contra candidatura de Ouattara a Presidente da Costa do Marfim
O candidato às eleições presidenciais de 31 de outubro na Costa do Marfim, Pascal Affi N'Guessan, primeiro-ministro de Laurent Gbagbo, apresentou uma petição para que a candidatura do Presidente Alassane Ouattara seja invalidada.
© Reuters
Mundo Ouattara
O antigo chefe dos Jovens Patriotas Charles Blé Goudé, por seu lado, está a fazer campanha para um adiamento das eleições.
No seu "pedido", datado de domingo, a que a agência AFP teve hoje acesso, Pascal Affi N'Guessan e a Frente Popular da Costa do Marfim (FPI, fundada por Gbagbo) pediram ao Conselho Constitucional para declarar Ouattara inelegível e, portanto, rejeitar a sua candidatura.
Embora a Constituição limite os mandatos presidenciais a dois, o anúncio da candidatura do chefe de Estado cessante a um terceiro mandato provocou manifestações violentas em agosto.
Os apoiantes do Alassane Ouattara afirmam que a alteração da Constituição em 2016 redefiniu os mandatos anteriores a zero, uma reivindicação contestada pelo FPI.
"O advento da nova Constituição durante o seu segundo mandato teve o efeito de repor a contagem dos seus dois mandatos anteriores a zero? A resposta é claramente não e não há ambiguidade", lê-se no texto do pedido.
Os atores políticos e a sociedade civil estão preocupados com um aumento da tensão na Costa do Marfim, 10 anos após a crise pós-eleitoral que surgiu quando o Presidente cessante Laurent Gbagbo se recursou a reconhecer a vitória de Alassane Ouattara.
O antigo ministro de Gbagbo, Charle Blé Goudé, disse hoje em Haia, onde se encontra em liberdade condicional, que as eleições presidenciais deveriam ser adiadas.
Realizar o escrutínio "em tais circunstâncias seria atirar o nosso país contra um muro", disse Goudé.
E defendeu: "Temos de adiar as eleições e utilizar o adiamento para organizar reuniões nacionais para procurar consenso", disse Blé Goudé, que foi absolvido de crimes contra a humanidade em primeira instância pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) e aguarda um possível recurso.
Muitos observadores e organizações não governamentais acreditam que Blé Goudé foi um dos principais atores no aumento da tensão na Costa do Marfim na década de 2000, que culminou em 2010/2011 com uma violência pós-eleitoral que deixou mais de 3.000 pessoas mortas.
Blé Goudé, 48 anos, chefe do Congresso Pan-Africano para a Justiça e Igualdade dos Povos (Cojep), anunciou repetidamente a sua intenção de concorrer à presidência em 2025, mas não em 2020.
A Comissão Eleitoral Independente da Costa do Marfim (IEC) declarou em 03 de setembro que tinha recebido 44 processos de candidatura, incluindo os de Laurent Gbagbo, ainda na Bélgica, e do antigo líder rebelde e ex-primeiro-ministro Guillaume Soro, que reside em França.
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