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Crimes franquistas. Antigo ministro espanhol ouvido por juíza argentina

Um antigo ministro da Administração Interna espanhol acusado de estar envolvido na morte de 12 pessoas pela polícia, entre 1976 e 1979, no final da ditadura franquista, foi ouvido hoje por uma juíza argentina.

Crimes franquistas. Antigo ministro espanhol ouvido por juíza argentina
Notícias ao Minuto

18:09 - 03/09/20 por Lusa

Mundo Rodolfo Martín Villa

Rodolfo Martín Villa, de 85 anos, dirigiu a polícia de Barcelona (capital da região da Catalunha) durante os últimos anos do regime de Francisco Franco e foi nomeado ministro logo após a morte do ditador (1976).

Considerado uma personalidade importante durante a transição democrática, o octogenário prestou declarações no consulado argentino em Madrid, por videoconferência, com a juíza Maria Servini, que investiga uma queixa apresentada no seu país pelas associações de vítimas do regime de Franco.

A chamada "queixa argentina" atribui a Martin Villa os crimes de genocídio e contra a humanidade pelas cinco mortes ocorridas num despejo policial em Vitória (norte de Espanha) a 03 de março de 1976.

O ex-responsável governamental também é acusado de seis mortes, entre 1976 e 1977, durante o seu mandato no Ministério do Interior (Administração Interna), e outra em Pamplona, durante as festas de São Firmino de 1978.

Rodolfo Martín Villa, que sempre alegou ser inocente, enviou no início da semana a Servini cerca de 20 cartas de apoio, incluindo de ex-primeiro-ministros espanhóis, que afirmam que este agiu "sempre com total empenho na defesa do Estado de direito e na reforma das forças policiais", de acordo com uma declaração dos seus advogados.

Fontes da sua defesa citadas pela imprensa sustentam que em mais de seis ocasiões o ex-ministro pediu para testemunhar perante a juíza, desde que esta lavrou o ato de acusação em outubro de 2014, mas isso não tinha sido possível até agora.

Depois desta audição, a magistrada pode voltar a acusá-lo e solicitar a sua extradição, o que já aconteceu sem consequências em 2014.

A Lei da Amnistia de 1977 impede, em nome da transição para a democracia, qualquer acusação por delitos políticos para os opositores de Francisco Franco, assim como para os seus apoiantes.

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