"O Governo etíope deve redobrar os seus esforços para combater o tráfico de seres humanos, tornar o controlo das fronteiras mais eficaz e consciencializar os jovens. Não estamos a fazer o suficiente", refere, em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros etíope.
O Governo etíope, liderado por Abiy Ahmed, tem sofrido fortes pressões para fazer regressar a casa os migrantes colocados em centros de detenção na Arábia Saudita.
Quase meio milhão de etíopes esteve na Arábia Saudita antes de o reino lançar uma campanha contra a imigração ilegal, em 2017, segundo a Organização Internacional para as Migrações.
Desde então, uma média de 10.000 etíopes têm sido deportados mensalmente, mas a Etiópia pediu uma moratória devido à pandemia provocada pelo novo coronavírus.
Segundo a organização Human Rights Watch, centenas, ou mesmo milhares, de migrantes continuam detidos "arbitrariamente e abusivamente" na Arábia Saudita.
O jornal britânico The Telegraph publicou recentemente entrevistas com migrantes na Arábia Saudita, com fotos e vídeos, que mostram centros de detenção sem condições de higiene.
A embaixada da Arábia Saudita, em Londres, disse ao jornal britânico que a Etiópia tinha recusado o regresso dos seus nacionais por não conseguir organizar a sua chegada".
A Etiópia "nunca recusou receber os seus cidadãos de nenhum país", refere o Ministério dos Negócios Estrangeiros, salientando que o país está a agir com os meios disponíveis.
No comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros etíope congratula-se com a cooperação com a Arábia Saudita, importante fonte de financiamento do país, agradecendo o apoio aos seus "cidadãos em geral e imigrantes ilegais na Etiópia, em particular".