A Arábia Saudita, juntamente com os aliados norte-americanos, estão em conflito com o Irão, país que acusam, entre outras coisas, de querer aumentar a sua influência naquela região do Médio Oriente, noticia a agência AFP.
O Iraque, que é vizinho daquelas duas potências na região, tem sido regularmente palco de tensões entre o Irão e os Estados Unidos, país que mantém laços estreitos com Bagdade.
Moustafa al-Kazimi deve receber o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Mohammad Javad Zarif, em Bagdade, no domingo.
Na segunda-feira o governante deve voar para a Arábia Saudita, juntamente com os ministros iraquianos com as pastas do petróleo, eletricidade, planeamento e finanças, segundo explicaram fontes iraquianas.
A reunião deverá acontecer no local do projeto futurista para a megacidade de Neom, no noroeste da Arábia Saudita, onde está previsto um encontro com o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, com quem Kazimi mantém um relacionamento próximo.
No início de julho, o Iraque ofereceu a Riad um conjunto de projetos de desenvolvimento do seu território, focados na energia, após a crise económica que deixou o país à beira do colapso devido à queda dos preços do petróleo.
As discussões entre as altas figuras dos dois países devem concentrar-se no financiamento desses projetos, mas também em outros projetos de infraestruturas e na reabertura da fronteira de Arar, que liga os dois países.
Depois, a delegação iraquiana deverá viajar na noite de terça-feira para o Irão, para uma reunião entre o primeiro-ministro do Iraque e o líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei.
Kazimi, que assumiu o cargo de primeiro-ministro em maio depois de quase quatro anos como chefe da inteligência iraquiana, tem a reputação de ser respeitado pelos serviços de inteligência iranianos e pelos círculos do Governo.
O governante é também apreciado em Washington, onde se espera que no início de agosto continue o diálogo estratégico entre Iraque e Estados Unidos, que mantêm tropas naquele país.
A acontecer, será a primeira visita em três anos de um primeiro-ministro iraquiano à Casa Branca, que nunca convidou o antecessor de Kazimi, Adel Abdel Mahdi, considerado muito próximo do Irão.
