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Líbano pode cair numa guerra civil sem apoio internacional

O Presidente francês, Emmanuel Macron, alertou hoje para a possibilidade de uma guerra civil no Líbano se o país não for apoiado pelas potências regionais e pela comunidade internacional.

Líbano pode cair numa guerra civil sem apoio internacional
Notícias ao Minuto

19:22 - 28/08/20 por Lusa

Mundo Líbano

"Se abandonarmos o Líbano, se de alguma forma o deixarmos à mercê das dificuldades regionais, então haverá uma guerra civil", disse o chefe de Estado francês num encontro com alguns jornalistas, citado pela agência de notícias francesa, a AFP.

As declarações de Macron foram feitas nas vésperas de um regresso a Beirute, marcado para a próxima semana, no qual vai tentar desbloquear o impasse sobre a criação de um governo que consiga estabilizar o país.

Para Macron, "abandonar o país será a derrota do que é a própria identidade do Líbano", lamentando que não haja uma renovação dos agentes políticos e que a implementação de reformas seja "praticamente impossível".

"[O Líbano] é talvez uma das últimas formas existentes daquilo em que acreditamos para a região, a coexistência pacífica das religiões, um modelo pluralista baseado na educação, na cultura e na capacidade de fazer trocas comerciais em paz", adiantou.

As consultas parlamentares para a nomeação de um novo primeiro-ministro do Líbano iniciam-se na segunda-feira, quase três semanas após a demissão do Governo na sequência da devastadora explosão em Beirute, coincidindo com a visita do Presidente francês, Emmanuel Macron, à capital, um regresso após ter estado em Beirute dois dias após tragédia do dia 04 de agosto, quando pressionou os dirigentes libaneses a constituírem rapidamente um governo de confiança.

O Governo do primeiro-ministro, Hassan Diab, demitiu-se em 10 de agosto, menos de uma semana depois de 2.750 toneladas de nitrato de amónio terem explodido no porto de Beirute, causando mais de 180 mortos, quase 6.000 feridos e perto de 300.000 desalojados.

Até ao momento não parece haver consenso em relação a qualquer nome para futuro primeiro-ministro, devido às profundas diferenças entre as forças políticas tradicionais.

O influente diário libanês an-Nahar titula hoje "Consultas para exonerar responsabilidades, após o mais sério aviso francês".

O Líbano é um antigo protetorado da França.

Na quinta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Yves Le Drian, alertou que, sem a rápida formação de um governo e a adoção de reformas "de emergência", o Líbano corria o risco de desaparecer.

O chefe de governo será escolhido pelos partidos políticos que controlam o parlamento e que parte da população rejeita, responsabilizando-os pela explosão que destruiu partes da capital do Líbano devido à sua negligência e corrupção.

O poderoso movimento xiita pró-iraniano Hezbollah e os seus aliados controlam a maioria do parlamento e a sua escolha será determinante.

Os grupos parlamentares e os deputados independentes suceder-se-ão no palácio presidencial a partir da manhã de seguna-feira, para anunciar a sua escolha.

Após as consultas, de acordo com a Constituição, o chefe de Estado, Michel Aoun, encarregará a personalidade sunita com o maior número de votos de formar governo, um processo que pode levar meses no Líbano devido às divergências políticas.

A tragédia aconteceu numa altura em que o Líbano vive a sua pior crise económica e financeira em décadas. Os doadores internacionais disseram que não ajudarão o pequeno país antes de serem feitas reformas.

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