Mais um jornalista argelino condenado a prisão efetiva
O jornalista argelino Abdelkrim Zeghileche foi hoje condenado a dois anos de prisão efetiva por "atentado à unidade nacional" e "insulto ao chefe de Estado" no mais recente processo contra militantes pró-democracia na Argélia.
© iStock
Mundo Argélia
A sentença surge num contexto de repressão sistemática contra jornalistas, 'bloggers' e militantes do "Hirak", o movimento popular antirregime no país.
Abdelkrim Zeghileche, detido desde 24 de junho, é acusado de ter apelado à criação de um novo partido em mensagens no Facebook.
"Atualmente, todos os opositores argelinos, desde que falem, cola-se-lhes [a acusação de] 'atentado à unidade nacional' para os encarcerar", disse o advogado de Zeghileche.
O procurador do tribunal de Constantine (nordeste), onde decorreu o julgamento, tinha pedido três anos de prisão efetiva para Zeghileche, diretor da Radio-Sarbacane, uma rádio independente transmitida pela Internet.
No dia 10 de agosto, o jornalista Khaled Drareni foi condenado a três anos de prisão efetiva por "atentado à unidade nacional" após ter efetuado a cobertura jornalística de uma manifestação do 'Hirak', o movimento popular de contestação ao poder.
A sentença, considerada muito severa, chocou os jornalistas na Argélia e no estrangeiro, tendo sido lançada uma campanha internacional de solidariedade pelos defensores dos direitos da imprensa e da proteção dos jornalistas.
Manifestações em defesa da sua libertação foram organizadas em Paris, Nova Iorque e Genebra.
A Argélia surge em 146.º lugar no índice da liberdade de imprensa 2020 (com 180 países) criada pela organização Repórteres Sem Fronteiras, tendo caído 27 lugares face a 2015.
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