Sérvia admite adquirir sistema de mísseis apesar dos avisos dos EUA
O Presidente sérvio indicou hoje que o país está a considerar adquirir um sistema de mísseis antiaéreo chinês, apesar de os EUA advertirem que o acordo com Pequim poderá comprometer os objetivos de adesão de Belgrado à União Europeia.
© Reuters
Mundo Sérvia
Aleksandar Vucic disse que se está ainda a avaliar a compra do do sistema FK-3, a versão para exportação do HQ-22, o moderno sistema antiaéreo de médio alcance chinês de última geração.
A Sérvia, que tem reforçado as suas forças militares essencialmente com veículos blindados e aviões russos, recebeu em julho seis 'drones' de ataque e de reconhecimento CH-92A, de fabrico chinês.
Esta compra tornou a Sérvia no primeiro país europeu a munir-se com aquele tipo de equipamento aéreo não-tripulado chinês.
A embaixada dos Estados Unidos em Belgrado considerou que "procurar equipamento militar e de defesa é uma decisão soberana. No entanto, os governos devem compreender os riscos e custos a curto e médio prazo que envolve a decisão de negociar com empresas chinesas", refere a declaração, citada pela agência noticiosa Associated Press (AP).
"As opções de compra deveriam refletir o objetivo político divulgado pela Sérvia sobre uma maior integração europeia", prossegue o texto da embaixada.
"Empresas alternativas que não dependem de regimes autoritários disponibilizam equipamento que garante em simultâneo a necessidade de defesa da Sérvia, e que é comparável na qualidade e custo", acrescenta a nota.
Numa reação a esta declaração, Vucic considerou que "quando se decide comprar algo, há sempre alguém com qualquer coisa contra isso".
O Presidente da Sérvia argumentou que o sistema de mísseis antiaéreo FK-3 não está incluído na lista de sanções dos EUA contra a China e que a aquisição depende dos termos financeiros do acordo.
"Vamos tomar a decisão enquanto país livre e soberano", disse Vucic.
O reforço das forças militares sérvias com material militar russo e chinês, e a crescente influência política e económica destes países no Estado balcânico tem suscitado apreensões no ocidente e entre os vizinhos da Sérvia.
As tensões têm-se agravado nos Balcãs, onde decorreu uma devastadora guerra civil na década de 1990 no decurso da desintegração da Jugoslávia. A NATO interveio contra a Sérvia no decurso do conflito entre Belgrado e os separatistas albaneses do Kosovo em 1999.
A Sérvia, que já iniciou as negociações de adesão à União Europeia, declarou a neutralidade militar em 2006 e aderiu ao programa Parceria para a paz da NATO.
No entanto, a sua liderança continua a rejeitar a integração na aliança militar ocidental, apesar de a maioria dos vizinhos da Sérvia se terem tornado Estados-membros da NATO.
Ao pronunciar-se sobre a eventual aquisição por Belgrado deste moderno sistema de defesa aérea chinês, um oficial da NATO que se pronunciou sob anonimato considerou que "a compra de material de defesa é uma decisão nacional".
"A Sérvia tem o direito de optar livremente pelas suas medidas políticas e de segurança. A NATO e a Sérvia são parceiros próximos e estamos empenhados no reforço da nossa parceria com a Sérvia, no respeito absoluto pela sua política de neutralidade", precisou, citado pela AP.
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