Na plataforma Twitter, o departamento de investigação criminal do Quénia afirmou que os seus agentes detiveram Abubakar Mansur Mohammed Surur, um cidadão queniano procurado pelos EUA por crimes relacionados com a venda de marfim, no aeroporto internacional de Mombasa, segundo maior cidade do país.
Surur estava num voo fretado oriundo do Iémen e aterrou em solo queniano na terça-feira.
A Procuradoria-Geral para o Distrito Sul de Nova Iorque considera que Surur integra uma rede criminal transnacional com base no Uganda e em países fronteiriços.
As autoridades acreditam que Surur e outros organizaram a distribuição, venda e tráfico de cerca de 9,1 toneladas de marfim de elefante e de 189 quilogramas de chifres de rinoceronte entre 2012 e 2019.
Em junho de 2019, uma divisão do Departamento de Justiça dos EUA considerou que o marfim de elefante e os chifres de rinoceronte capturados estão avaliado em mais de sete milhões de dólares (cerca de seis milhões de euros ao câmbio atual).
O material detido ao longo destes anos terá sido extraído recorrendo à caça furtiva ilegal de mais de 35 rinocerontes e 100 elefantes.
As autoridades norte-americanas anunciaram que um dos corréus de Surur, um homem liberiano, já foi extraditado para os Estados Unidos, após ter sido detido no Uganda durante o ano passado. Um cidadão da Guiné-Conacri, suspeito de pertencer à rede, permanece sob custódia das autoridades do Senegal, que analisam a possibilidade de extradição para os Estados Unidos.
Um quarto suspeito, também queniano, continua desaparecido.
Em 1970, o continente africano contabilizava 1,3 milhões de elefantes, tendo este número diminuído para 500 mil devido à caça furtiva e desportiva. Por outro lado, estima-se que o número de rinocerontes em ambiente selvagem tenha diminuído para 30 mil.
Os chifres de rinoceronte têm uma forte procura na China e no Vietname, onde são usados, entre outros, na medicina tradicional ou enquanto afrodisíacos.
Estima-se que o preço possa alcançar os 60.000 dólares (51 mil euros) por quilograma.
Nos últimos anos foram identificadas redes de Vietname, China, Coreia do Sul e Tailândia acusadas de estarem envolvidas no tráfico destes materiais.