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Sassoli "preocupado com um futuro em que solidariedade europeia se perca"

O presidente do Parlamento Europeu disse hoje estar preocupado com a falta de solidariedade europeia e a erosão do método comunitário, advertindo o Conselho Europeu que os cidadãos esperam um acordo ambicioso no final da maratona negocial em curso.

Sassoli "preocupado com um futuro em que solidariedade europeia se perca"
Notícias ao Minuto

12:49 - 20/07/20 por Lusa

Mundo União Europeia

"Após dias de discussões, os cidadãos europeus aguardam um acordo que esteja à altura deste momento histórico. Estamos preocupados com um futuro em que a solidariedade europeia e o método comunitário se percam", declarou David Sassoli, num momento em que permanece o impasse nas negociações entre os líderes dos 27, no Conselho Europeu iniciado na sexta-feira em Bruxelas, consagrado ao plano de relançamento europeu para superar a crise da covid-19.

Na declaração hoje divulgada em Bruxelas, Sassoli reitera que "o Parlamento Europeu fixou as suas prioridades e espera que as mesmas sejam cumpridas", apontando designadamente que o compromisso a que os líderes chegarem tem de prever um orçamento plurianual que também dê resposta aos desafios que a Europa enfrente no médio prazo, como o Pacto Ecológico, a digitalização, a resiliência da economia e o combate às desigualdades.

"São necessários imediatamente novos recursos próprios e também necessitamos de medidas que assegurem a efetiva defesa do Estado de direito. Além disso, o Parlamento também já apelou por diversas vezes ao fim dos 'rebates'", apontou, referindo-se aos descontos de que os grandes contribuintes líquidos beneficiam, e que é uma das questões em discussão na cimeira.

Voltando a ameaçar com um veto do Parlamento a um acordo no Conselho que não vá ao encontro das reivindicações dos eurodeputados, David Sassoli conclui lembrando que a covid-19 não desapareceu, assistindo-se de resto a "novos surtos na Europa".

"Mais do que nunca, é necessário agir rapidamente e de forma corajosa", termina o dirigente italiano.

O Conselho Europeu, que decorre em Bruxelas desde sexta-feira de manhã em busca de um acordo para o relançamento europeu após a crise da covid-19, encontra-se já no seu quarto dia, não tendo os líderes chegado ainda a uma plataforma de entendimento em torno do Quadro Financeiro Plurianual para 2021-2027 e o Fundo de Recuperação.

Depois de um jantar de trabalho no domingo, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, interrompeu a reunião plenária para consultas, que se prolongaram até perto das 06:00 locais da madrugada de hoje (05:00 de Lisboa). Os trabalhos serão retomados hoje à tarde, pelas 16:00 locais, 15:00 de Lisboa.

Segundo fontes europeias, Michel deverá começar por colocar sobre a mesa uma proposta formal que mantém o montante global do Fundo de Recuperação em 750 mil milhões de euros -- como propunha a Comissão --, mas com os subsídios a fundo perdido a pesarem agora 390 mil milhões de euros, montante que já terá tido 'luz verde' dos 27.

Tanto o plano franco-alemão como a proposta da Comissão Europeia defendiam subvenções num montante de 500 mil milhões de euros, algo rejeitado pelos chamados países 'frugais' (Holanda, Áustria, Suécia e Dinamarca), que exigiam que as subvenções ficassem abaixo dos 400 mil milhões de euros.

Esta é já uma das cimeiras mais longas da história da UE, aproximando-se a passos largos daquela que fixou o recorde, a cimeira de Nice em 2000, que se prolongou por cinco dias.

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