Espionagem: Esquerda pede audição a ministro do Interior no Congresso
Investigação jornalística revelou, esta terça-feira, que o telemóvel do presidente do parlamento catalão foi atacado por um programa que só pode ser adquirido por autoridades governamentais.
© Getty Images
Mundo Espionagem
O grupo parlamentar da Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) no Congresso dos Deputados pediu, esta manhã de terça-feira, a comparência na câmara do ministro do Interior, Fernando Grande-Marlaska, para prestar esclarecimentos sobre a alegada espionagem ao presidente do parlamento catalão, Roger Torrent, avança o El País.
Recorde-se que uma investigação levada a cabo pelo El País e pelo Guardian revelou hoje que o telemóvel do presidente do parlamento catalão foi alvo de um programa de espionagem que só pode ser adquirido por administrações governamentais ou forças de segurança, sendo utilizado apenas no combate ao crime e ao terrorismo.
Gabriel Rufián, porta-voz do grupo parlamentar do ERC, não é o único a reagir às notícias de que Roger Torrent pode ter sido espiado em 2019, numa altura em que decorriam as audições do julgamento do processo independentista catalão.
Carles Puigdemont, ex-presidente do governo autónomo, que se encontra exilado na Bélgica, recorreu ao Twitter para reagir. "O Estado espanhol não respeita o Estado de Direito há muito tempo. O problema é que nem com evidências tão irrefutáveis existe uma investigação a fundo e atribuição de responsabilidades. Um escândalo que não pode ficar impune. Toda a solidariedade com Roger Torrent", escreveu.
Fa temps que l'Estat espanyol no respecta l'estat de dret. El problema és que ni amb evidències tan irrefutables són capaços d'investigar-se a fons i dirimir responsabilitats. Un escàndol que no pot quedar impune! Tota la solidaritat amb @rogertorrenthttps://t.co/0HlRmqLBDz
— Carles Puigdemont (@KRLS) July 14, 2020
O telemóvel de Torrent foi objeto de espionagem quando o dirigente independentista participava em dezenas de encontros políticos e testemunhava perante o Supremo Tribunal durante o julgamento do processo que desembocou, por exemplo, numa pena de 11 anos de prisão para a sua antecessora, Carme Forcadell, pelo delito de sedição.
"Notava coisas estranhas. Apagavam-se mensagens do WhatsApp e históricos de conversação. Não acontecia às pessoas mais próximas", disse Torrent, que atribui o ataque ao "estado espanhol".
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