Vinte sauditas julgados por contumácia na Turquia pela morte de Khashoggi

Um tribunal de Istambul começou a julgar por contumácia 20 cidadãos sauditas, entre os quais dois homens próximos do príncipe herdeiro Mohammed ben Salmane, acusados na Turquia pela morte do jornalista Kamal Khashoggi, em 2018.

Jornalista terá sido "desmembrado" no consulado saudita na Turquia

© Reuters

Lusa
03/07/2020 09:22 ‧ 03/07/2020 por Lusa

Mundo

Khashoggi

Entre as 20 pessoas acusadas de "homicídio voluntário premeditado e com intenção de provocar sofrimento", duas foram identificadas pelos investigadores turcos como "mandantes" do crime: Saoud al-Qahtano, um ex-conselheiro do príncipe herdeiro saudita, e o antigo número dois dos serviços secretos de Riade, o general Ahmed al-Assiri.

Nenhum dos acusados se encontra na Turquia.

Khashoggi, antigo colunista do jornal Washington Post era crítico do regime saudita - apesar de no passado ter sido próximo do poder de Riade - foi assassinado e o corpo esquartejado em outubro de 2018 no consulado da Arábia Saudita em Istambul onde se encontrava para obter um documento para poder casar com uma cidadã turca.

O crime atingiu Riade e em particular a imagem do príncipe herdeiro Mohammed ben Salmane (conhecido como "MBS") apontado pela Turquia e pelos Estados Unidos como responsável pelo assassinato tendo os acontecimentos provocado uma grave crise diplomática. 

Logo após o crime ter sido denunciado surgiram versões contraditórias com Riade a afirmar que agentes sauditas atuaram de moto próprio sem terem sido ordenados pelos altos dirigentes sauditas. 

Hatice Cengiz, a noiva de Khashoggi, de origem turca, assim como a relatora especial das Nações Unidas para as execuções extrajudiciárias, Agnès Callamard, estiveram presentes na audição de hoje em Istambul, de acordo com um repórter da France Presse que acompanhou o início do julgamento.  

Khashoggi tinha 59 anos quando foi assassinado e o corpo do jornalista saudita nunca foi encontrado.

No ano passado, um julgamento na Arábia Saudita condenou à morte cinco soldados num julgamento considerado "opaco" pelos observadores, sobretudo turcos.

Qahtani e Assiri não foram acusados pelo processo saudita, o que provocou o protesto de Ancara que considerou o julgamento da Arábia Saudita "escandaloso" porque não envolveu os alegados "mandantes" do crime. 

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