O resultado da votação, que será feita por voto escrito uma vez que os trabalhos do Conselho de Segurança da ONU estão a decorrer por meios virtuais por causa da pandemia do novo coronavírus, é aguardado para quarta-feira.
Alvo de intensas negociações há mais de três meses, este projeto de resolução visa apoiar um apelo, de contornos semelhantes, que foi feito em 23 de março pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.
Ao longo dos últimos meses, o texto tem sido alvo do bloqueio por parte da China e dos Estados Unidos, uma vez que os dois países divergem sobre o destaque a ser dado à Organização Mundial da Saúde (OMS) no documento.
Consultado pela agência France Presse (AFP), o novo texto já não contém um parágrafo referente à OMS.
O novo projeto de resolução, tal como o texto antecedente, centra-se na exigência de "um cessar imediato e abrangente das hostilidades" em todos os conflitos referenciados na agenda do Conselho de Segurança, à exceção da luta contra os grupos 'jihadistas'.
O documento apela "a uma pausa humanitária de pelo menos 90 dias consecutivos" para facilitar a assistência internacional às populações.
No preâmbulo, o texto recorda uma resolução adotada em 02 de abril pela Assembleia-Geral da ONU sobre a necessidade de uma solidariedade global para combater o novo coronavírus.
A França, a par do Reino Unido, Estados Unidos, Rússia e China, é um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU que têm direito de veto.
Em 2019, a Tunísia foi eleita membro não permanente deste órgão decisório da ONU, que tem a capacidade de fazer aprovar resoluções com caráter vinculativo, para o biénio 2020-2021.
Desde que o novo coronavírus foi detetado na China, em dezembro do ano passado, a pandemia da doença covid-19 já provocou mais de 505.500 mortos e infetou mais de 10,32 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência AFP.