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Denunciado início de estudo de uso de vacina da poliomielite para Covid

O coletivo de cidadãos guineenses que se bate contra um estudo do uso da vacina da poliomielite no combate à covid-19 denunciou hoje o início dos ensaios e anunciou uma ação judicial para parar com os testes.

Denunciado início de estudo de uso de vacina da poliomielite para Covid
Lusa
26/06/2020 19:39 ‧ há 5 anos por Lusa

Mundo

Covid19

O coletivo exige aos autores do estudo - Projeto de Saúde de Bandim e Comissão Nacional de Ética da Saúde - a divulgação pública prévia de todos os elementos que darão a garantia da existência de condições efetivas para a realização dos ensaios clínicos em pessoas.

Entre outras personalidades guineenses da sociedade civil, o coletivo é integrado pelo sociólogo e ativista ambiental Miguel de Barros, o jornalista Carlos Pereira, a jurista Claudina Viegas ou o escritor Edson Incopté.

Mouhammed Ahmed, secretário permanente da comissão de Ética da Saúde guineense explicou à Lusa que os testes com a vacina da poliomielite servem para perceber se esta aumenta a imunidade em pessoas infetadas com a covid-19.

Em entrevista à Lusa, Mouhammed Ahmed disse que não havia motivos para o protesto e que o estudo só teria início após um esclarecimento das dúvidas levantadas pelos contestatários.

A coordenadora do Projeto de Saúde de Bandim, a médica Amabélia Rodrigues, disse, por seu lado, que os ensaios poderiam ser suspensos "por falta de apoio da opinião pública".

Num vídeo divulgado hoje nas redes sociais e que o coletivo fez chegar à Lusa, são visíveis os elementos do comité de Ética da Saúde na Guiné-Bissau a tomarem a vacina oral contra a poliomielite no âmbito do estudo contestado.

Na ocasião, o secretário do órgão, o sociólogo Mohammed Ahmed, assinalou que estava a tomar aquela vacina "para demonstrar que não tem nenhum efeito para a saúde, contrariamente ao que se diz nas redes sociais".

A cerimónia foi presenciada, entre outros elementos, pela diretora do Projeto de Saúde de Bandim, Amabélia Rodrigues, e pelo presidente do Instituto Nacional da Saúde (INASA), Dionísio Cumba.

O coletivo denuncia que "de forma paradoxal e contrariando os posicionamentos dos responsáveis", o Projeto de Saúde de Bandim e o comité de ética, na presença de jornalistas, declararam hoje o início da implementação do estudo.

"Numa demonstração teatral, [os autores do estudo] procederam à toma da vacina contra a poliomielite de forma a encorajar a participação de voluntários", observa ainda o Coletivo, numa nota enviada à Lusa.

Os ensaios vão englobar um total de 3.400 cidadãos guineenses, com mais de 50 anos, moradores nos bairros de Bandim, Belém, Mindará e Cuntum, dos subúrbios de Bissau, onde intervém o Projeto de Saúde de Bandim, fundado e incentivado por investigadores dinamarqueses.

Para o coletivo de cidadãos guineenses contrários aos procedimentos com os ensaios, o início dos testes "corrobora a falta de transparência do processo" e que tudo o que se sabe do mesmo só aparece "em comunicações atrapalhadas e incoerentes" dos autores e das autoridades.

O coletivo disse que vai avançar, na próxima semana, com uma providência cautelar a pedir que sejam parados os ensaios por "comprovada desonestidade intelectual, abuso de confiança e ocultação de informação obrigatória e de interesse público" por parte dos interessadas no estudo.

A Guiné-Bissau é, entre os países africanos lusófonos, o que tem mais infeções e mortes, com 1. 614 casos e 22 vítimas mortais, de acordo com os dados mais recentes das autoridades locais.

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