"Não há Estado da Palestina sem o vale do Jordão", "a Palestina não está à venda", "o plano Trump nunca passará" podia ler-se em cartazes empunhados pelos manifestantes.
Após a divulgação do projeto dos Estados Unidos para resolver o conflito israelo-palestiniano, rejeitado pela liderança palestiniana, realizaram-se numerosos protestos que reuniram cada um dezenas ou algumas centenas de manifestantes.
O partido Fatah, liderado pelo presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, apelou a uma mobilização em massa, apesar das restrições ligadas ao novo coronavírus, para Jericó, cidade árabe na ponta sul do vale do Jordão, perto do mar Morto, na Cisjordânia ocupada por Israel desde 1967.
O "plano Trump" prevê a anexação por Israel dos colonatos e do vale do Jordão, vasta planície agrícola, e a criação de um Estado palestiniano num território reduzido.
Entre os manifestantes em Jericó encontrava-se Mohammed Ichloon, 48 anos, vindo do campo de refugiados de Aqabat Jaber, situado à saída da cidade.
"Vim para protestar contra a anexação pois não haverá mais terra para um Estado palestiniano se Israel anexar", disse à AFP.
"Não deixaremos Israel roubar as nossas terras", reforçou Kamal Said, funcionário de uma organização não-governamental cristã e habitante do mesmo campo.
O governo do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, deve anunciar a partir de 1 de julho a sua estratégia para aplicar o plano norte-americano, mas a liderança palestiniana diz ter reunido largo apoio internacional contra o projeto do Estado hebreu.
"Temos connosco uma larga coligação internacional contra o projeto israelita de anexação de terras na Cisjordânia", que inclui "países árabes, países não-alinhados, de África e da Europa", declarou hoje à AFP o secretário-geral da Organização de Libertação da Palestina (OLP), Saeb Erakat.
"Nenhum país está fora desta coligação, exceto Israel e os Estados Unidos", afirmou.