Chade envia 1.500 soldados para apoiar a marechal líbio Khalifa Hafter
O Chade vai enviar pelo menos 1.500 soldados para a Líbia de forma a reforçar temporariamente as forças do marechal Khalifa Hafter, líder do governo não reconhecido na cidade oriental de Tobrouk, anunciaram hoje fontes de segurança chadianas.
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Mundo Chade
"Não é a primeira vez que o Chade acede a um pedido do marechal Khalifa Hafter. Entre outubro de 2017 e janeiro de 2019, já enviámos cerca de 2.500 soldados chadianos para poiar Hafter", referiu um alto comandante militar do Chade, citado pela Efe, que falou sob anonimato.
De acordo com a mesma fonte, as autoridades do Chade "acreditam que Hafter é parte da solução para o problema líbio", ao contrário das milícias que apoiam o Governo de Acordo Nacional apoiado pelas Nações Unidas, em Trípoli.
No entanto, a decisão foi criticada por organizações de defesa dos direitos humanos no Chade, que acreditam que o Presidente do país, Idriss Déby, procura retorno político.
"É mercenarismo, o que o Presidente está a praticar. Ao mandar soldados para a Líbia, espera o apoio de Hafter para combater os opositores armados (contra o seu Governo) que operam a partir da Líbia", referiu o secretário-geral da Convenção Chadiana dos Direitos Humanos, Mahamat Nour Ahmat Ibedou, citado pela Efe.
O ativista considera que o destacamento dos militares "não tem nada a ver com o Chade", defendendo que "o Presidente Déby tem de acabar com esta política".
O poder político do chefe de Estado é ameaçado por grupos rebeldes chadianos sediados no sul da Líbia, entre os quais a União das Forças de Resistência, o Conselho de Comando Militar para Salvação da República ou a Frente para a Alternância e Concórdia no Chade.
Estes grupos realizam incursões frequentes no Chade, pelo que Déby pretende o apoio de Hafter para colocar um fim a estas atividades insurgentes, refere a Efe.
A Líbia, que possui as reservas de petróleo mais importantes no continente africano, é um país imerso num caos político e securitário desde a queda do regime de Muammar Kadhafi em 2011.
No leste do país existe um Governo rival, que apoia o marechal Khalifa Hafter, cujas forças lançaram uma ofensiva para capturar Tripoli em abril de 2019.
Desde o início da ofensiva das tropas de Haftar sobre Tripoli foram mortos mais de 280 civis e cerca de 2.000 combatentes, segundo a ONU. Perto de 150.000 líbios foram deslocados.
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