"A principal explicação para a subida dos números é que começámos a identificar [pessoas infetadas] sem sintomas ou apenas com sintomas ligeiros", disse Mohammad-Mehdi Gouya, o principal epidemiologista do Ministério da Saúde, citado pela agência Isna, a propósito do crescimento do número de casos registados no último mês, acrescentando que se trata de um cenário que se tem repetido "em quase todo o mundo".

Segundo o porta-voz do ministério, Kianouche Jahanpour, as autoridades contabilizaram 2.364 novos casos de SARS-CoV-2 entre sexta-feira e sábado, elevando, assim, para 171.789 as infeções confirmadas pelo novo coronavírus desde que o Irão começou a registar os primeiros casos, em fevereiro.

Com mais 72 óbitos nas últimas 24 horas, o país soma já 8.281 mortos e é, de longe, o mais afetado pela pandemia na região do Médio Oriente. Estão ainda internadas nos hospitais mais 2.596 pessoas com covid-19 em estado crítico.

No entanto, os números oficiais avançados pelas autoridades foram já questionados, por diversas vezes, por peritos nacionais e estrangeiros, que consideram que os efeitos da pandemia serão muito superiores aos que estão a ser declarados.

Já este sábado, o presidente iraniano, Hassan Rouhani, avisou a população de que o país vai ter de aprender a conviver com o SARS-CoV-2 e que é necessário manter os cuidados nas interações sociais.

"Esta doença não será eliminada dentro de quinze dias ou um mês, pelo que temos de seguir as instruções durante muito tempo. Não temos uma segunda opção: temos de trabalhar, as nossas fábricas têm de estar ativas, as lojas têm de estar abertas (...) e a luta contra o vírus tem de continuar", alertou Rohani.

A pandemia de covid-19 já provocou 400 mil mortos e infetou mais de 6,9 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo o balanço feito pela agência francesa AFP.

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