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Ex-primeiro-ministro da Malásia expulso do partido contesta decisão

O ex-primeiro-ministro da Malásia Mahathr Mohamad, 94 anos, expulso quinta-feira do partido Bersatu, no poder, por ter votado a 18 deste mês ao lado da oposição numa sessão parlamentar, anunciou hoje que vai recorrer da decisão.

Ex-primeiro-ministro da Malásia expulso do partido contesta decisão
Notícias ao Minuto

17:18 - 29/05/20 por Lusa

Mundo Malásia

Mahathir Mohamad, que foi primeiro-ministro entre julho de 1981 e outubro de 2003, quando renunciou, e novamente entre maio de 2018 e março deste ano, é cofundador do Bersatu, juntamente com o atual sucessor, Muhyiddin Yassin, partido criado em 2016 e que chegou ao poder nas eleições de 2018.

Mahathir, o filho e três outros altos dirigentes do partido foram expulsos quinta-feira depois de terem votado contra uma decisão do Governo ao lado da oposição.

O partido está dividido em dois desde que a intensa luta política entre ambos levou Mahathir a resignar ao cargo de primeiro-ministro, em fevereiro passado, tendo o rei malaio, Tengku Abdullah, apontado Yassin como substituto apesar da oposição do ex-chefe do Governo.

Mukhriz Mahathir, filho de Mahathir Mohamad, tem vindo a desafiar Yassin na liderança do partido numa votação que acabou adiada indefinidamente devido à pandemia do novo coronavírus.

"Onde está sentado agora não é razão para despedimento. Eu continuo a ser o presidente [do partido]", disse hoje Mahathir Mohamad, numa conferência de imprensa na sede do Bersatu, em Kuala Lumpur.

Os cinco dirigentes expulsos do partido deslocaram-se propositadamente à sede do Bersatu para desafiar a expulsão pessoalmente, defendendo que a decisão é "ilegal".

Mahathir e Yassin cofundaram o Bersatu em 2016, e ambos juntaram-se numa aliança que ganhou expressivamente as legislativas de 2018, levando a uma inédita mudança de governo desde a independência do país, a 31 de agosto de 1957.

A aliança no poder acabou por colapsar após Yassin ter levado o Bersatu a trabalhar com o antigo partido no governo, que foi acusado de ter cometido inúmeros atos de corrupção. Mahathir recusou a proposta.

Mahathir disse contar ainda com o apoio da maioria dos deputados do Bersatu e pediu ao partido um voto de desconfiança a Yassin.

A votação foi adiada devido ao surto de covid-19 e poderá ocorrer na próxima sessão do Parlamento, prevista para julho.

"A decisão unilateral do presidente do Bersatu de nos expulsar sem uma razão válida deve-se ao receio de [Yassin] enfrentar as eleições partidárias bem como à sua insegurança por ser o primeiro-ministro mais instável da história da administração do país", disse Mahathir, advertindo que poderá apresentar um processo na justiça.

Numa carta enviada aos cinco dirigentes em causa, a direção do Bersatu indicou que, a partir desse momento, a sua ação como membros do partido tinha cessado. No entanto, a carta estava assinada por um dirigente que tanto Mahathir como os restantes membros consideraram que não tem qualquer poder para o efeito.

Numa outra conferencia de imprensa na sede do Bersatu, realizada depois de Mahathir ter abandonado as instalações, o secretário-geral do partido, Hamzah Zainuddin, disse que o ex-primeiro-ministro e os outros quatro envolvidos não foram expulsos, mas sim privados automaticamente da filiação partidária devido à ação desenvolvida contra os estatutos do partido a 18 deste mês.

"Todos os olhos estão agora virados para o próximo passo de Mahathir. Yassin pode ter errado de forma grave se pensa que isso vai atrasar os desejos de Mahathir de regressar ao poder", comentou Oh Ei-sun, alto responsável do Instituto de Assuntos Estrangeiros de Singapura.

Yassin, lembrou, já tentou recentemente reconciliar-se com Mahathir, mas tal não foi conseguido.

O atual Governo malaio inclui o partido do ex-primeiro-ministro Najib Razak, que está a contas com a justiça devido a acusações relacionadas com um escândalo financeiro.

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