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Itália vai recrutar 60 mil voluntários para controlar aglomerações

Itália vai começar esta semana a recrutar 60.000 voluntários para controlarem o cumprimento das regras de segurança na "fase dois" de desconfinamento, em que se registaram aglomerações de dezenas de pessoas sem máscaras nem distância social.

Itália vai recrutar 60 mil voluntários para controlar aglomerações
Notícias ao Minuto

13:42 - 25/05/20 por Lusa

Mundo Covid-19

Esses "assistentes cívicos", recrutados entre desempregados e beneficiários do rendimento mínimo, vão ter como missão dar informação sobre as regras nas situação em que a distância física não esteja a ser respeitada, precisa uma nota do Ministério dos Assuntos Regionais.

No fim de semana, suscitaram indignação em Itália imagens de aglomerações, designadamente em Roma e em Nápoles, sobretudo de jovens, sem qualquer respeito pelas regras definidas para evitar a propagação do novo coronavírus.

Responsáveis políticos locais e regionais pediram responsabilidade aos cidadãos e alertaram para um possível novo surto, naquele que é um dos países do mundo mais afetado pela pandemia associada à covid-19.

Em Perugia (centro), as autoridades locais ordenaram no sábado o encerramento dos estabelecimentos do centro histórico à noite e em Rimini (norte) foi anunciada medida semelhante se voltarem a registar-se aglomerações deste tipo.

O ministro dos Assuntos Regionais, Francesco Boccia, precisou numa entrevista hoje publicada pelo jornal La Stampa que os voluntários usarão um distintivo da Proteção Civil e começarão a trabalhar em meados de julho e até ao final do verão.

"Nesta nova fase, eles vão facilitar o controlo do acesso aos parques e mercados, contando o número de pessoas que entram e saem, e explicar as regras de acesso às praias quando elas reabrirem", disse.

Para poder atuar, os "assistentes cívicos" usarão "a força de persuasão da razão e do sorriso", disse o ministro, adiantando que se se depararem com reações violentas deverão chamar a polícia municipal.

Além destas ações, os voluntários colaborarão com as autoridades locais na assistência aos mais vulneráveis, como levar compras a casa de idosos ou doentes.

A iniciativa, do Ministério dos Assuntos Regionais e da Associação de Municípios de Itálai (ANCI), já mereceu críticas de vários quadrantes.

"Como é que se pode pensar que 60.000 pessoas escolhidas não sabemos como, formadas não sabemos como, vão percorrer o país a dizer aos italianos o que devem fazer com base em regras que ninguém compreende? Isso é normal e legítimo num país democrático?", questionou o ex-ministro e líder do pequeno partido Azione, Carlo Caneda.

"Não precisamos de assistentes cívicos. Precisamos de ministros que sejam ministros", disse Matteo Orfini, deputado e ex-presidente do Partido Democrático (PD, no poder).

"Contratar uma pletora de assistentes cívicos sem qualquer competência para controlar o nosso modo de vida? É bom viver na RDA" [a antiga Alemanha de Leste], ironizou a líder da Forza Italia, o partido de Silvio Berlusconi, no Senado, Anna Maria Bernini.

A pandemia associada à covid-19 já fez quase 33.000 mortos em Itália, um dos países mais atingidos.

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