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Argélia impõe mais 15 dias de confinamento

As autoridades argelinas decidiram hoje prorrogar pela segunda vez por quinze dias o confinamento, apenas 48 horas depois de terem aprovado medidas para reiniciar a actividade económica visando salvar a economia.

Argélia impõe mais 15 dias de confinamento
Notícias ao Minuto

00:01 - 27/04/20 por Lusa

Mundo Covid-19

Num comunicado, após o intervalo do jejum do mês sagrado do Ramadão, o primeiro ministro argelino, Abdelaziz Djerad, explicou que, depois de ter consultado as autoridades e o comité científico que monitoriza a pandemia da covid-19 no país, o governo decidiu estendê-lo até 14 de maio.

A Argélia, o primeiro país africano a declarar a presença do novo coronavírus no país, impôs no final de março uma série de medidas para prevenir o surto da pandemia, impondo entre outras o recolher obrigatório em todo o território, o encerramento das mesquitas, escolas e universidades, bem como o fecho dos transportes públicos e das fronteiras.

No sábado, porém, decidiu aliviar o confinamento e autorizar a abertura de empresas para lutar contra o impacto da pandemia na frágil economia do país, atolada numa grave crise devido à queda abrupta dos preços do petróleo e gás.

Apesar de o vírus ter matado cerca de 500 pessoas e infetado mais de 6.000, o gabinete do primeiro-ministro deu indicações para que as empresas de venda de materiais de construção e obras públicas, nomeadamente dos setores da cerâmica, tintas, artigos de pintura, carpintaria, canalização e tubagem, fossem autorizadas a reabrir.

Além destas, também estavam autorizadas as empresas e lojas de eletrodomésticos, tecidos, joalharia, vestuário e calçado, cosmética e perfumes, móveis e mobiliário para escritório, pastelarias e salões de cabeleireiro.

A retoma das atividades comerciais nas ruas foi anunciada apenas 24 horas depois do regime ter decidido acabar com o recolher obrigatório em nove das principais cidades do país, incluindo a capital.

O alívio das medidas de confinamento coincide com o início do Ramadão, um período de abstinência religiosa que, no entanto, se caracteriza por um maior consumo de alimentos - principalmente doces - durante as noites, nas quais são tradicionais os grandes jantares até altas horas da noite.

O Ramadão também se caracteriza por haver atividades noturnas e muita mobilidade, pois as famílias geralmente reúnem-se para quebrar o jejum, orar e assistir a séries tradicionais na televisão.

Este ano, no entanto, as autoridades religiosas pediram aos crentes para não se reunirem em família e apoiarem a decisão do regime de fechar as mesquitas.

Com o aprofundar da crise económica, a maior desde 2014, devido à queda abrupta do preço do petróleo, quando se esperava o início do arranque da atividade económica e comercial, o governo voltou atrás depois de ouvidas as autoridades sobre a matéria.

Em 2014, o governo argelino optou por recorrer às reservas de divisas - calculadas então em 178.000 milhões de dólares - para manter a paz social e uma "economia socialista" apoiada nos subsídios estatais ao emprego, habitação, alimentação, eletricidade e combustível, uma estratégia que consumiu então metade desses recursos financeiros.

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