Arcebispo católico de Bangui apela à reconciliação
O arcebispo católico de Bangui apelou hoje à reconciliação, dando Nelson Mandela como exemplo, um dia depois de o presidente de transição centro-africano, da minoria muçulmana, se ter declarado pronto a dialogar com as milícias cristãs.
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Mundo República Centro Africana
O presidente Michel Djotodia tornou-se através de um golpe de Estado, em março, o primeiro presidente muçulmano da República Centro Africana (RCA), país maioritariamente cristão.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), os confrontos entre cristãos e muçulmanos causaram mais de 600 mortos e 160.000 deslocados na última semana.
"Muitos cristãos disseram que se iam vingar. Os cristãos devem ser habitados pelo espírito de Deus, eles não devem matar", declarou o arcebispo Dieudonné Nzapalainga, numa missa na capital Bangui para cerca de 1.500 pessoas.
"Tornamo-nos animais, os abusos ultrapassam a razão quando se mata alguém e se empunha o seu braço", insistiu o responsável religioso, antes de pedir aos fiéis para se inspirarem no "homem de paz e reconciliação" que foi Nelson Mandela, a ser sepultado na mesma altura na África do Sul, e não responderem com violência à violência.
O presidente de transição da RCA declarou no sábado estar pronto a "estender a mão" às milícias cristãs, conhecidas como 'anti-balaka', e "a discutir" uma amnistia e a sua representação no Governo.
A 05 de dezembro, as milícias de autodefesa cristãs que até então atuavam sobretudo no oeste da RCA lançaram uma ofensiva em Bangui contra posições da ex-rebelião Séléka - que derrubou o antigo presidente François Bozizé e pôs Djotodia no poder - e em bairros muçulmanos.
O ataque provocou represálias dos ex-rebeldes contra a população maioritariamente cristã da capital, tendo a violência precipitado a intervenção militar da França nesse mesmo dia, após a autorização do Conselho de Segurança da ONU para que desse apoio a forças africanas.
O chefe da diplomacia francesa, Laurent Fabius, disse hoje que Paris vai pedir mais ajuda aos seus parceiros europeus para apoiar a intervenção na RCA no Conselho de Negócios Estrangeiros na segunda-feira, em Bruxelas.
Os perto de 1.600 soldados franceses dão apoio à força africana Misca, que tem cerca de 3.000 militares.
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